Notícia

Ferramenta usa gordura nos ossos e músculos para diagnosticar doenças, prever quedas e fraturas

Divulgação, Universidade de Melbourne

Fonte

Universidade de Melbourne

Data

sexta-feira, 18 setembro 2020 11:00

Áreas

Biomecânica. Imagens e Diagnóstico. Ortopedia. Reabilitação

Em breve, médicos poderão usar a gordura para diagnosticar doenças musculoesqueléticas em segundos e prever o risco de quedas e fraturas em pessoas mais velhas, graças a uma ferramenta  desenvolvida por pesquisadores de Melbourne, na Austrália.

Entre as doenças estão condições musculoesqueléticas crônicas associadas ao envelhecimento, como a sarcopenia (perda muscular), a osteoporose (ossos fragilizados) e a osteosarcopenia – uma síndrome recém-descrita que abrange a osteoporose e a sarcopenia.

A ferramenta Tissue Compass ™ foi desenvolvida por pesquisadores da Universidade de Melbourne e do Instituto Australiano de Ciências Musculoesqueléticas (AIMSS) para permitir que os médicos quantifiquem, em segundos, a infiltração de gordura nos músculos e ossos.

“A infiltração de gordura nos ossos e músculos é o indicador mais claro que temos de osteosarcopenia e pode ser identificada muito mais precocemente e com precisão do que as alterações na massa óssea e muscular, que são usadas pelos médicos no momento para fazer um diagnóstico.”, disse o Dr. Gustavo Duque, professor da Universidade de Melbourne.

“Esses níveis locais de gordura nos músculos e ossos anunciam uma série de condições associadas à osteosarcopenia e, em sua maioria, respondem muito bem ao tratamento precoce, como doença renal, deficiência de vitamina D e, em homens, perda de testosterona. Há também a associação com a fraturas e quedas. Esta ferramenta dará aos médicos as informações que precisam para diagnosticar a osteosarcopenia e agir para proteger a saúde e a independência de seus pacientes até a velhice”, explicou o pesquisador.

A equipe, liderada pelo Dr. Ebrahim Bani Hassan e por Mahdi Imani,  engenheiro biomédico e estudante de mestrado na Universidade de Melbourne, a equipe está agora testando o Tissue Compass™ em mais de 3.000 participantes, em colaboração com universidades americanas. Isso completará a validação do Tissue Compass™ em humanos, e em breve deverá se tornar uma ferramenta de diagnóstico para osteosarcopenia.

Apesar de sua prevalência, os pesquisadores dizem que a consciência da sarcopenia, mesmo entre os médicos, é baixa, em parte devido à orientação insuficiente sobre o que constitui massa normal versus patológica e perda de função, e como tratá-la em diferentes estágios.

Os médicos têm tradicionalmente usado uma combinação de imagens (ressonâncias magnéticas, tomografias computadorizadas e densitometrias) para avaliar a massa muscular e óssea, bem como testes de preensão e marcha. O Tissue Compass™ pode ser usado com tomografias e ressonâncias magnéticas de rotina, sem exigir imagens adicionais.

A equipe revelou a ferramenta no Congresso Mundial de Osteoporose do mês passado, relatando que o Tissue Compass™ é uma ferramenta mais fácil, rápida e consistente para quantificar tecidos musculoesqueléticos e seus componentes do que as técnicas usuais de análise de imagem.

“Há muito o que podemos fazer por meio de dieta, exercícios e medicamentos para aumentar a força óssea e muscular, anos antes das pessoas terem sua primeira fratura ou queda – um momento em que as coisas podem chegar abruptamente a um ponto sem volta. O problema que enfrentamos atualmente é o diagnóstico tardio. O Tissue Compass™ irá acelerar o processo, permitindo que os pacientes recebam o tratamento certo, mais rapidamente”, concluiu o professor Duque.

Acesse a notícia completa na página da Universidade de Melbourne (em inglês).

Fonte: Holly Watkins, Unviersidade de Melbourne. Imagem: Divulgação, Universidade de Melbourne.

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