Notícia

Febre Chikungunya: consenso sobre o diagnóstico

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Fonte

SBR

Data

sexta-feira, 18 novembro 2016 17:05

Áreas

Reumatologia. Infectologia. Saúde Pública.

Os dados mais recentes do Ministério da Saúde apontam cerca de 216 mil casos prováveis de febre Chikungunya no país, sendo 120 óbitos em decorrência da doença. A infecção aguda pelo vírus Chikungunya é sintomática em 80% a 97% dos pacientes e os sintomas mais comuns são febre de início súbito e artralgia (dor articular) ou artrite (praticamente em 100% dos casos), comumente de padrão simétrico e poliarticular. Está em elaboração no âmbito da Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), um consenso relativo à Febre Chikungunya com o objetivo de orientar os médicos da atenção básica sobre como diagnosticar e tratar corretamente a doença quando ela ainda está em sua janela de oportunidade (período de aproximadamente duas semanas em que os tratamentos têm maior possibilidade de trazerem a cura para os pacientes). O consenso será entregue ao Ministério da Saúde e a  todas as sociedades regionais da SBR  no país, considerando a presença da febre por Chikungunya em 25 Estados brasileiros.

Sinais e sintomas

 As queixas articulares dos pacientes com Febre Chikungunya acometem, sobretudo, mãos, punhos, tornozelos e pés. Outros sinais e sintomas descritos são: mialgia (60,­9%), cefaléia (40,­8%), dores axiais, exantema macular/maculopapular (33,6 a 50%), com ou sem prurido cutâneo, edema de face e extremidades e poliadenopatia. Manifestações clínicas mais raras têm sido documentadas na fase aguda, como: meningoencefalite, vômitos, insuficiência renal e respiratória. Apresentações atípicas ocorrem especialmente em crianças, idosos e portadores de comorbidades crônicas preexistentes. Na fase subaguda, os sintomas articulares são os mais prevalentes e ocorrem em 50% dos pacientes infectados pelo Chikungunya. Caracteriza-se pela persistência da artralgia/artrite, bursite, tenossinovite, associado a rigidez matinal e astenia, com evolução contínua ou intermitente.

Critérios de diagnóstico

Critérios clínicos: início abrupto, febre> 38,5°C e artralgia/artrite intensa de início agudo não explicada por outras condições médicas;

Critérios epidemiológicos: indivíduo reside ou visitou área endêmica ou epidêmica no prazo de 15 dias antes do início de sintomas ou tem vínculo epidemiológico com caso confirmado

Critérios laboratoriais:

• isolamento do vírus por cultura.
• presença de RNA do vírus avaliada por RT-PCR.
• presença de anticorpos IgM específicos para o Chikungunya.
• aumento de quatro vezes nos valores de anticorpos IgG específicos para o vírus em amostras recolhidas, pelo menos, com 10-14 dias de intervalo
• detecção de anticorpos neutralizantes contra o vírus por PRNT em soro

 

Classificação

• Caso suspeito: quando o paciente apresenta os critérios clínicos e epidemiológicos.
• Caso confirmado: quando um caso suspeito apresenta qualquer um dos critérios laboratoriais
• Caso atípico: quando há confirmação laboratorial em paciente com outras manifestações (neurológicas, cardíacas, dermatológicas, oftalmológicas, renais, respiratórias ou outras).

O acesso ao documento também será disponibilizado no site da SBR no e será publicado na Revista Brasileira de Reumatologia. A distribuição do consenso deverá ocorrer ainda em 2016.

Fonte: Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR). Imagem: Divulgação.

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