Notícia
Extrato de aroeira como alternativa para tratamento ginecológico
Doutoranda da Unesp estuda tratamento alternativo para a candidíase vulvovaginal
Tarciso Leão (Divulgação, Unesp).
Fonte
Unesp
Data
quarta-feira, 19 agosto 2015 09:45
Áreas
Farmácia e Bioquímica. Biotecnologia. Farmacologia.
A aroeira-preta ou aroeira-do-sertão é uma das principais plantas utilizadas na medicina tradicional nordestina para o tratamento de várias doenças. O extrato do caule é bastante utilizado sob a forma de semicúpio (“banho-de-assento”) após o parto, sendo também indicada no tratamento de cervicites, vaginites, hemorroidas, bem como anti-inflamatório e cicatrizante natural.
As propriedades fitoquímicas e biológicas dessa planta estimularam uma maior investigação sobre os compostos biologicamente ativos, com aplicabilidades nas áreas de tratamento de doenças crônicas. A pesquisa e o desenvolvimento de um tratamento para candidíase, a partir do extrato hidroalcoólico de folhas de aroeira, faz parte do projeto de mestrado e doutorado da estudante Bruna Vidal Bonifácio, do Programa de Pós Graduação em Ciências Farmacêuticas da Unesp de Araraquara, sob supervisão da Profa. Dra. Taís Maria Bauab, em colaboração com o Prof. Dr. Marlus Chorilli, do laboratório de Farmacotécnica.
O projeto desenvolvido por Bruna descreve um sistema lipídico nanoestruturado compreendendo extrato hidroalcoólico das folhas da Aroeira, bem como o uso deste sistema no tratamento de candidíase vulvovaginal. O uso de sistemas lipídicos nanoestruturados permite uma melhor solubilização do extrato hidroalcoólico, potencializando, assim, sua ação farmacológica. Ainda, este sistema funciona como veículo para a administração tópica.
Atualmente o tratamento da candidíase inclui o uso de medicamentos como fluconazol, cetoconazol, miconazol. “Recentemente, os derivados azólicos vêm sendo cada vez menos eficazes no tratamento de doenças fúngicas, pois estão fortemente associados aos quadros de resistência microbiana”, explica a doutoranda Bruna Vidal Bonifácio.
A pesquisa está em fase pré-clínica e o pedido de patente foi realizado pela Agência Unesp de Inovação. Segundo Bruna: “Ainda não podemos afirmar que esta tecnologia pode ser considerada um medicamento, visto que as experimentações passaram apenas por estudos in vitro e in vivo em animais”.
Atualmente a doutoranda pesquisa o mecanismo de ação envolvido quando o extrato da planta encontra-se incorporado ou não na microemulsão desenvolvida. “Esses estudos permitirão novos avanços nesta tecnologia, que futuramente poderá ser considerada um candidato promissor no tratamento da candidíase vulvovaginal“, completa Bruna a respeito de suas expectativas e de sua equipe para o invento.
Para mais informações: auin@unesp.br
Fonte: Luciana Maria Cavichioli, AUIN, Unesp. Imagem: Tarciso Leão (Divulgação, Unesp).
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