Notícia

Exercícios resistidos podem ser eficazes na artrose do joelho

Shutterstock

Fonte

Acta Fisiatrica

Data

segunda-feira, 22 agosto 2016 21:10

Áreas

Biomecânica. Reabilitação Ortopedia.

A osteoartrite (artrose) de joelho proporciona diversas incapacidades aos seus portadores, que em sua maioria são indivíduos idosos. Esta patologia é caracterizada por dores e progressiva disfunção da articulação, resultado da destruição da cartilagem e do osso subcondral com consequente diminuição do espaço articular, inflamação, sinovite e formação de osteófitos.

Em relação às articulações acometidas pela artrose, o joelho é uma das mais afetadas, gerando déficits funcionais em 10% dos indivíduos acima dos 55 anos. Com o aumento da expectativa de vida em várias populações, inclusive na brasileira, a artrose deve ser considerada assunto de interesse em saúde pública, pois é uma doença crônica comum e lidera as causas de dor e incapacidade entre os adultos e idosos.

Além da dor, os portadores de osteoartrite podem experimentar os sintomas de fraqueza muscular, rigidez articular, crepitações, deformidades e prejuízos funcionais (como a dificuldade de realização de tarefas cotidianas), que interferem negativamente em sua qualidade de vida. O exercício físico e/ou terapêutico pode promover aumento da força muscular, flexibilidade, propriocepção e consequente redução da dor, aliviando os sintomas da doença.

O exercício terapêutico é recomendado em vários centros especializados como intervenção não farmacológica para o tratamento da osteoartrite de joelho. Vale ressaltar que ainda não há consenso quanto aos parâmetros de intensidade e duração de cada tipo de exercício. Em relação aos exercícios, destacam-se os exercícios resistidos (com uso de carga externa, com o próprio peso corporal, com bandas elásticas ou com máquinas), que imprimem sobrecarga aos músculos-alvo e também a cinesioterapia, que compreende diferentes tipos de exercícios terapêuticos (como alongamentos e fortalecimentos isotônicos, isocinéticos e isométricos) e aeróbios.

A educadora física e pesquisadora Natália Cristina de Oliveira e colaboradoras do Centro Universitário Adventista de São Paulo (UNASP) publicaram um estudo na revista científica Acta Fisiátrica comparando alguns parâmetros como a dor, mobilidade, capacidade funcional e força de indivíduos com osteoartrite de joelho submetidos a dois tipos de intervenção: exercício resistido (GER) e cinesioterapia (GCI). Num total de 30 voluntários, foram separados dois grupos de portadores de osteoartrite do joelho que foram submetidos a dois tratamentos. O primeiro grupo (GER) com 15 participantes passou por sessões supervisionadas com 30 minutos de duração, compostas por aquecimento (5 minutos de caminhada em esteira ergométrica) e um programa de exercícios resistidos isotônicos. O programa consistiu de duas séries de 8 a 12 repetições de cada um dos seguintes exercícios: leg press, leg curl, calf raise e leg extension, todos executados em aparelhos. O segundo grupo (GCI) com 15 participantes realizou exercícios supervisionados de alongamento para os músculos flexores e extensores dos quadris e joelhos, e para os flexores plantares e dorsiflexores. Os participantes deste grupo também realizaram fortalecimento destes mesmos grupos musculares, usando como resistência o próprio peso corporal. Tal etapa teve a duração de 20 minutos. Em seguida, os voluntários realizavam caminhada de 10 minutos em circuito, desviando de colchonetes, bambolês, escadas e cones, trabalhando assim, a coordenação e a propriocepção.

Os resultados deste estudo indicam que tanto o exercício resistido como a cinesioterapia são intervenções capazes de produzir melhoria da dor, rigidez articular, funcionalidade, mobilidade funcional e força de pacientes com osteoartrite de joelho. Assim, ambos representam métodos eficazes para reduzir a dor e os déficits funcionais e de força característicos destes pacientes.

Acesse o artigo científico completo.

Fonte: Acta Fisiatrica. Imagem: Shutterstock

 

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