Notícia

Exercício físico melhora saúde cardiovascular e reduz complicações em pacientes com câncer

Antoni Shkraba via Pexels

Fonte

UPM | Universidade Politécnica de Madri

Data

quinta-feira, 26 maio 2022 06:35

Áreas

Cardiologia. Educação Física. Fisioterapia. Medicina. Oncologia. Saúde Pública.

Muito se tem falado nas últimas décadas sobre os benefícios do exercício físico para a saúde. Da redução do risco cardiovascular à melhora do humor e até da autoestima, ninguém nega os aspectos favoráveis ​​da atividade física para a saúde. No entanto, o que acontece se o exercício for praticado por pessoas que sofrem de algum tipo de doença que possa torná-las mais vulneráveis? Uma equipe de pesquisadores da Faculdade de Atividade Física e Ciências do Esporte da Universidade Politécnica de Madri (UPM), na Espanha, fez a mesma pergunta quando se trata de pacientes com câncer.

Especificamente, os pesquisadores da UPM analisaram os efeitos de programas de exercícios sobre fatores físicos e segurança em pacientes adultos com câncer e transplante de células-tronco hematopoiéticas (TCTH) ou transplante de medula óssea (TMO).

Para isso, os autores realizaram uma busca bibliográfica nas bases de dados PubMed e Web of Science dos artigos publicados e realizaram uma revisão sistemática seguindo a metodologia ‘PRISMA’. Para avaliar a qualidade dos estudos incluídos, foi utilizada a escala Physiotherapy Evidence Database (PEDro) baseada, por sua vez, na lista Delphi. Para a amostra, 25 estudos randomizados controlados foram tomados como referência, abrangendo um total de 1.434 pacientes.

Com base em sua análise, os pesquisadores concluíram que as intervenções do programa de treinamento são seguras e produzem mudanças positivas na aptidão cardiorrespiratória, força muscular, e estado de mobilidade funcional em pacientes adultos com câncer e transplante de células-tronco hematopoiéticas ou transplante de medula óssea.

Melhoria na qualidade de vida e qualidades físicas

“Apenas 3 pacientes dos 711 participantes das intervenções (ou seja, 0,42%) relataram eventos adversos relacionados aos programas de treinamento. Além disso, [os exercícios] têm um efeito saudável na prevenção e controle das complicações do transplante, melhorando a qualidade de vida”, explicaram Erica Morales e Txomin Pérez, estudantes de doutorado da UPM e coautores do estudo.

“Além dos aspectos relacionados com a doença e a qualidade de vida, os resultados mostraram que os programas de treino supervisionado podem ter um efeito protetor cardiológico e muscular, bem como melhorar os níveis de força, potência e mobilidade”, acrescentou o Dr. Jorge Lorenzo Calvo, professor do Departamento de Esportes da UPM e coautor da pesquisa.

Os bons resultados obtidos também permitem pensar nos benefícios que a implantação desse tipo de programa traria em outros pacientes oncológicos transplantados.

Para os pesquisadores, a importância da pesquisa está no fato de mostrar que as intervenções com os programas de treinamento são clinicamente relevantes, e que é necessário aplicá-las de forma generalizada neste tipo de pacientes.

“O nosso trabalho mostrou que um programa de formação supervisionado e controlado pode melhorar a qualidade de vida e as perspectivas de recuperação dos pacientes, pelo que seria altamente recomendável que as autoridades e órgãos de decisão apostassem na sua inclusão no tratamento de forma mais generalizada”, concluiu o Dr. Alejandro San Juan, professor do Departamento de Saúde e Desempenho Humano da UPM e coautor do estudo.

Os resultados foram publicados na revista científica International Journal of Environmental Research and Public Health.

Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade Politécnica de Madri (em espanhol).

Fonte: UPM. Imagem: Antoni Shkraba via Pexels.

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