Notícia

Excesso de tempo visualizando telas pode afetar a saúde mental de adolescentes

cottonbro via Pexels

Fonte

Universidade de Queensland

Data

sábado, 14 agosto 2021 07:20

Áreas

Saúde Pública.

Adolescentes precisam alternar regularmente o tempo de visualização de telas por atividade física, para o bem de sua saúde e bem-estar mental, de acordo com novo estudo conduzido pela Universidade de Queensland, na Austrália.

Os pesquisadores relacionaram os efeitos prejudiciais à saúde mental dos adolescentes ao tempo de visualização de telas superior a duas horas por dia para meninas e quatro horas por dia para meninos.

O Dr. Asad Khan, professor e pesquisador da Escola de Saúde e Ciências da Reabilitação da Universidade de Queensland, disse que o estudo global investigou dados de mais de 577.000 adolescentes com idades entre 13 e 15 anos em 42 países de alta renda. “Descobrimos que havia alguns benefícios durante a primeira hora de uso diário da tela, mas os efeitos prejudiciais do uso recreativo da tela no bem-estar mental surgem após 75 minutos em meninas e 105 minutos em meninos”, disse o Dr. Khan.

“Os efeitos do tempo excessivo de tela podem incluir depressão, obesidade, má qualidade de vida, dieta pouco saudável e diminuição das habilidades físicas e cognitivas. A atividade física regular pode melhorar a aptidão física, saúde cardiometabólica, saúde óssea, desempenho acadêmico, função executiva, saúde mental e pode reduzir o ganho de peso. Combinar o aumento da atividade física com a redução do tempo de tela mostrou um efeito benéfico gradual no bem-estar mental em todos os sexos. Uma hora de atividade física e não mais do que duas horas de tela por dia proporcionou bem-estar mental ideal”, continuou o pesquisador.

Os resultados do estudo apoiam as recomendações atuais na Austrália de limitar o uso de telas eletrônicas a um máximo de duas horas por dia e a atividade física de pelo menos uma hora por dia para meninos e meninas. Os limites de tempo de tela e as diretrizes referem-se ao tempo de tela para fins de entretenimento e não incluem o tempo de tela nas escolas para fins educacionais.

“O uso de telas por adolescentes aumentou significativamente nos últimos anos e a atividade física insuficiente é altamente prevalente entre os adolescentes. Esperamos que a forte associação entre os níveis de uso da tela e a atividade física associada ao bem-estar mental possa ser usada para reduzir a carga global de saúde mental”, destacou o professor Asad Khan.

“Este trabalho contribui para o debate global sobre ‘quanto é demais’ para o uso de telas por adolescentes e aumenta a pressão para reduzir o tempo de tela recreativa e aumentar o movimento, para a saúde e o bem-estar desta população pediátrica. Mais oportunidades para famílias, comunidades e escolas precisam ser criadas para incentivar os adolescentes a alternar o tempo de tela com atividades físicas e ao ar livre, o que também fornece benefícios adicionais, como conexões sociais e habilidades”, concluiu o pesquisador.

O estudo foi realizado em colaboração com a Universidade Queen’s e a Universidade de Ottawa, no Canadá; e Universidade de Nova Gales do Sul e Universidade Tecnológica de Queensland, na Austrália.

O estudo foi publicado na revista científica The Lancet Child & Adolescent Health.

Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade de Queensland (em inglês).

Fonte: Kirsten O’Leary, Universidade de Queensland. Imagem: cottonbro via Pexels.

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