Notícia

Estudo revela onde os fragmentos de memória são armazenados

Descobertas podem ter implicações para o tratamento de condições como a doença de Alzheimer

Divulgação, Universidade Rockefeller

Fonte

Universidade Rockefeller

Data

domingo, 17 julho 2022 17:20

Áreas

Imagens Médicas. Medicina. Neurociências. Saúde Mental.

Um momento inesquecível em um restaurante não é apenas sobre a comida. Os odores, a decoração, o som da banda tocando, as conversas e muitas outros sinais receptivos podem se combinar para formar uma lembrança distinta da noite. Mais tarde, reviver qualquer uma dessas impressões por si só pode ser suficiente para trazer de volta toda a experiência.

Um novo estudo agora revela que, no cérebro, uma memória complexa consiste em um todo e suas partes. Os pesquisadores descobriram que, enquanto a experiência geral é armazenada no hipocampo, a estrutura cerebral há muito considerada a sede da memória, os detalhes individuais são analisados ​​e armazenados em outro lugar, no córtex pré-frontal. Essa separação garante que, no futuro, a exposição a qualquer sugestão individual seja suficiente para ativar o córtex pré-frontal, que então acessa o hipocampo para recordar toda a memória.

As descobertas, publicadas na revista científica Nature, trazem mais conhecimento à natureza distribuída do processamento da memória no cérebro e ao processo de recuperação da memória, que é menos compreendido ainda do que o armazenamento de memória.

Tem sido um desafio estudar a memória como um processo cerebral distribuído, em parte devido a limitações técnicas. A Dra. Priya Rajasethupathy, neurocientista da Universidade Rockefeller, nos Estados Unidos, e seus colegas desenvolveram novas técnicas para registrar e manipular simultaneamente a atividade neural de várias áreas do cérebro enquanto camundongos passam por experiências multissensoriais, encontrando várias visões, sons e cheiros em um corredor sem fim em realidade virtual. Os pesquisadores treinaram os camundongos para associar diferentes salas, que eram compostas de diferentes combinações de pistas sensoriais, com experiências recompensadoras ou aversivas. Mais tarde, estimulados por um cheiro ou som específico, os camundongos foram capazes de recordar a experiência mais ampla e sabiam se esperavam alegremente água com açúcar ou ficavam atentos a um irritante sopro de ar.

Os experimentos demonstraram que, enquanto a via entorrinal-hipocampal, um circuito bem estudado envolvendo o hipocampo e sua região circundante, era essencial para formar e armazenar as experiências, as características sensoriais individuais estavam sendo enviadas para os neurônios pré-frontais. Mais tarde, quando os camundongos encontraram características sensoriais particulares, um circuito diferente foi ativado. Desta vez, os neurônios pré-frontais se comunicaram com o hipocampo para acionar a memória global relevante. “Isso sugere que há um caminho dedicado para a recuperação da memória, separado da formação da memória”, disse Nakul Yadav, primeiro autor do estudo e doutorando coorientado pela Dra. Rajasethupathy e pelo Dr. Conor Liston, neurocientista da Escola de Medicina da Universidade Cornell, também nos Estados Unidos.

Esses achados têm implicações para o tratamento de condições como a doença de Alzheimer, onde os déficits estão mais relacionados à recuperação da memória do que ao armazenamento. A existência de caminhos separados de armazenamento e recuperação da memória no cérebro sugere que o direcionamento de vias de recuperação pré-frontais pode ser mais promissor terapeuticamente, concluiu a professora Priya Rajasethupathy.

Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade Rockefeller (em inglês).

Fonte: Katherine Fenz, Universidade Rockefeller. Imagem: À medida que o camundongo navegam em um ambiente de realidade virtual (à esquerda), os neurônios pré-frontais (à direita, na parte de cima) se comunicam com os do hipocampo (à direita, na parte de baixo) para estabelecer memórias associadas. Fonte: Divulgação, Universidade Rockefeller.

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