Notícia

Estudo mostra impacto das declarações de estado de emergência relacionadas à COVID-19 nos casos de asma em crianças no Japão

Pixabay

Fonte

Universidade de Kobe

Data

terça-feira, 7 dezembro 2021 06:20

Áreas

Medicina. Saúde Pública.

Um estudo sobre o impacto das declarações de estado de emergência de 2020 na asma brônquica exacerbada em crianças foi realizado na cidade de Kobe, no Japão. O grupo de pesquisa incluiu o professor Dr. Hiroshi Yamaguchi e o professor Dr. Nozu Kandai, ambos do Departamento de Pediatria da Escola de Medicina da Universidade de Kobe e também o Dr. Akihito Ishida, Diretor do Centro Médico de Emergência Primária Infantil de Kobe.

A pesquisa incluiu visitas de pacientes ao Centro Médico de Emergência Primária Infantil de Kobe no período de 2011 a 2020. Em primeiro lugar, os pesquisadores identificaram picos anuais de primavera e outono no número de pacientes com asma nos dados anuais até 2019. Além disso, eles também encontraram uma correlação significativa entre ataques de asma em crianças e aumentos da temperatura atmosférica. Além disso, os pesquisadores revelaram que as crises de asma ocorreram com mais facilidade em crianças de 5 anos ou menos e sujeitas a maiores níveis de dióxido de enxofre (SO2) atmosférico. A temperatura média em 2020 foi semelhante à do ano anterior, no entanto, sob o estado de emergência na primavera, o número de pacientes com asma brônquica diminuiu à medida que os níveis de SO2 diminuíram. Depois que o estado de emergência foi suspenso, o pico regular no número de pacientes foi observado no outono. Pode-se supor que isso se deva à relação entre a ocorrência de crises de asma e a exposição ao SO2, bem como ao aumento das infecções virais decorrentes do reinício das atividades sociais e interações presenciais.

O estudo foi publicado na revista científica International Journal of Environmental Research and Public Health.

Resultados do estudo

Um total de 278.465 pacientes com idade inferior a 16 anos visitaram o Centro Médico de Emergência Primária Infantil de Kobe no período de 2011-2020, dos quais 7.476 foram diagnosticados com asma brônquica. Este é considerado o maior número de pacientes com asma brônquica em um estudo em uma única instituição.

Inicialmente, os pesquisadores investigaram as tendências no número de pacientes entre 2011 e 2020. A partir dos resultados, eles descobriram que para o período de 2011-2019 houve picos claros na primavera e no outono de cada ano. Em contraste com isso, nenhum pico foi observado durante o estado de emergência na primavera de 2020; no entanto, um pico semelhante no número de pacientes em comparação com os anos anteriores foi observado nos dados de outubro de 2020, quando o estado de emergência foi suspenso.

Em seguida, os pesquisadores analisaram que tipo de fatores ambientais na cidade de Kobe estavam relacionados à asma brônquica pediátrica para o período de 2011-2019, a fim de determinar os fatores que causaram a mudança no número de pacientes em 2020. Os resultados subsequentes revelaram uma correlação significativa entre o número total de pacientes pediátricos com dificuldades respiratórias e o aumento da temperatura atmosférica média. Além disso, em crianças com 5 anos ou menos, houve uma correlação significativa com o aumento das concentrações de SO2. No entanto, não foram encontradas correlações significativas com outros fatores relacionados ao clima, como poluentes, número de pacientes com infecções respiratórias (por exemplo, influenza), tufões, areia amarela ou níveis de pólen.

Devido às declarações de estado de emergência, os níveis de poluição atmosférica em 2020 na cidade de Kobe foram significativamente mais baixos do que em outros anos, com uma diminuição significativa nos níveis de SO2. Acredita-se que o pico de internações por asma brônquica não foi observado na primavera de 2020 devido à diminuição do SO2 e outros impactos do estado de emergência, como a redução do contato pessoal devido ao distanciamento social, e lavagem das mãos e uso de máscaras, medidas que criaram um ambiente mais higiênico. Pensa-se que o pico de casos voltou no outono de 2020 devido à transmissão da infecção decorrente do aumento do contato entre as crianças e ao aumento da poluição ambiental devido ao reinício das atividades sociais, o que também aumentou os riscos de exposição.

Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade de Kobe (em inglês).

Fonte: Universidade de Kobe. Imagem: Pixabay.

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