Notícia

Estudo mostra como o leite materno protege contra doença intestinal grave em prematuros

Katelyn Rude, Pinterest

Fonte

Johns Hopkins Children’s Center

Data

sábado, 25 abril 2015 19:20

Áreas

Pediatria. Neonatologia.

As reações positivas que o leite materno causa no sistema imunológico do recém-nascido já são conhecidas há algum tempo. Agora, uma equipe de cientistas liderada pelo cirurgião-chefe do Departamento de Pediatria da Universidade Johns Hopkins, Dr. David Hackam, diz que as experiências em ratos revelam como o leite materno funciona para afastar o desenvolvimento de enterocolite necrosante (NEC), um distúrbio intestinal devastador que afeta 12 por cento dos bebês prematuros e tira a vida de um em cada quatro dos que o contraem.

Se confirmado em estudos humanos, os experimentos pode abrir caminho a novas abordagens preventivas para evitar a NEC em bebês prematuros e desencadear o desenvolvimento de tratamentos para aqueles que desenvolvem a doença.

Resultados da pesquisa, publicada no dia 22 de abril na revista científica Mucosal Immunology, revelam que uma substância encontrada no leite materno, chamada fator de crescimento epidérmico, ou EGF, bloqueia a ativação de uma proteína responsável por desbloquear a cascata imune prejudicial que culmina com a NEC, uma doença marcada pela morte rápida e irreversível de tecido intestinal que permanece sendo uma condição de difícil tratamento.

“Nós já sabíamos há algum tempo que o leite materno pode proteger bebês prematuros contra danos no intestino, mas como e por que ele faz isso tem sido um mistério”, diz o Dr. Hackam que iniciou o estudo da Universidade de Pittsburgh e completou a pesquisa no Centro Infantil da Universidade Johns Hopkins. “Acreditamos que nossas descobertas resolvem uma grande parte deste mistério.”

A equipe do Dr. Hackam diz que novas terapias para a NEC são necessárias, porque o tratamento atual é limitado à remoção cirúrgica de partes do intestino do bebê. Esta abordagem cessa o aparecimento de outras partes de tecido necrosado e pode salvar a vida do bebê, mas muitas vezes deixa as crianças com riscos de complicações a longo prazo, como a síndrome do intestino curto. Identificar a EGF como um fator chave na NEC deve oferecer novos alvos terapêuticos que dispensem ou reduzam a necessidade de cirurgia, dizem os pesquisadores.

“Uma análise conjunta de nossos resultados mostram que o EGF é um fator essencial presente no leite materno e que previne o aparecimento de NEC em duas formas: o EGF impede as células intestinais de morrer, enquanto ao mesmo tempo, restaura o crescimento de células, e promove a cicatrização do intestino,” diz um dos autores do estudo, Dr. Misty Bom, neonatologista do Hospital Infantil de Pittsburgh, no Centro Médico da Universidade de Pittsburgh. “É importante ressaltar que nossos experimentos salientam a importância de fornecer leite materno para os bebês prematuros para prevenir esta doença mortal. A descoberta de um dos componentes do leite materno que protege contra o NEC pode abrir caminho para novas terapias para centenas de milhares de bebês prematuros nascidos a cada ano.”

Fonte: Johns Hopkins Children’s Center. Imagem: Katelyn Rude, Pinterest.

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