Notícia

Estudo canadense revela que homens valorizam menos as carreiras orientadas para o cuidado, como a enfermagem

Divulgação

Fonte

Universidade da Colúmbia Britânica

Data

segunda-feira, 20 agosto 2018 14:50

Áreas

Psicologia. Cuidados em Saúde. Enfermagem.

Os homens atribuem menos importância às carreiras orientadas para o cuidado do que as mulheres, possivelmente porque os homens internalizam valores diferentes das mulheres, sugere uma nova pesquisa da Universidade da Columbia Britânica (UBC), no Canadá.

Enquanto as mulheres estão significativamente sub-representadas nos campos da ciência, tecnologia, engenharia e matemática (grande área chamada STEM, do inglês), representando apenas 9% a 16% dos engenheiros e 21% dos programadores de computadores nos Estados Unidos, os homens são ainda mais sub-representados nos serviços de saúde e carreiras domésticas (grande área chamada HEED, do inglês). Eles representam apenas 10% dos profissionais de enfermagem e 4% dos professores de pré-escola e jardim de infância nos Estados Unidos, de acordo com o Bureau de Estatísticas do Trabalho dos EUA.

As novas descobertas, publicadas recentemente na revista científica Frontiers in Psychology, revelam que as metas profissionais de homens e mulheres podem ser moldadas por seus valores comunitários – o foco em cuidar de outras pessoas, por exemplo – e fornecer insights sobre como abordar a disparidade de gênero nas carreiras.

“Descobrimos que os homens atribuem menos importância a valores comunitários mais básicos, como o quanto é importante ajudar os outros e quem são estas pessoas atendidas”, disse Katharina Block, principal autora do estudo e aluna de doutorado em psicologia social na UBC. “Eles também tendiam a se interessar menos por carreiras muito orientadas para o cuidado, como a enfermagem. Uma razão pela qual os homens, em média, podem não estar interessados ​​em assumir esse tipo de trabalho é que eles não se encaixam realmente no tipo de valores que os homens aprendem a ter. ”

Para o estudo, os pesquisadores conduziram uma série de pesquisas que perguntaram a homens e mulheres sobre seus valores pessoais, suas atitudes em relação a diferentes ocupações de HEED e STEM, e seu apoio a políticas destinadas a aumentar os salários da HEED para chegar ao nível daqueles da área  STEM. Os resultados mostraram que os homens tendiam a ter valores comunitários mais baixos do que as mulheres e também tendiam a desvalorizar as carreiras de HEED.

“Nossos resultados sugerem que podemos querer pensar em como nós, como sociedade, valorizamos a saúde, a educação infantil e as carreiras domésticas”, disse a pesquisadora. “Os homens não querem assumir essas carreiras se acharem que não são tão importantes para a sociedade, então, para incentivar mais homens a entrar nessas carreiras, pode ser útil enfatizar o valor que essas carreiras têm.”

A pesquisadora também realça que tais valores também variam entre os países. “Alguns países, como o Japão, o México e a China, realmente valorizam o cuidado . Nesses países, a proporção de homens no ensino e na enfermagem é muito maior, e seus valores podem ser um motivo ”, observou ela. “Eu acho que, se queremos realmente elevar o valor das carreiras orientadas para o cuidado, devemos estudar como essas culturas as enquadram.”

Os pesquisadores também descobriram que diferenças de gênero em relação aos valores começam em crianças a partir dos seis anos de idade. Meninos, em média, colocaram menos valor em ajudar e cuidar dos outros, em comparação com as meninas.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade da Colúmbia Britânica (em inglês).

Em suas publicações, o Portal Tech4Health da Rede T4H tem o único objetivo de divulgação científica, tecnológica ou de informações comerciais para disseminar conhecimento. Nenhuma publicação do Portal Tech4Health tem o objetivo de aconselhamento, diagnóstico, tratamento médico ou de substituição de qualquer profissional da área da saúde. Consulte sempre um profissional de saúde qualificado para a devida orientação, medicação ou tratamento, que seja compatível com suas necessidades específicas.