Notícia
Estudo aponta benefícios da terapia do frio
Crioterapia auxilia na recuperação muscular, quando realizada imediatamente após treino de alta intensidade
Divulgação
Fonte
UnB
Data
sexta-feira, 30 dezembro 2016 12:10
Áreas
Ortopedia. Educação Física. Fisioterapia. Reabilitação.
Sair do sedentarismo e iniciar a prática de atividade física é uma decisão que quase sempre vem acompanhada de dor muscular. Pessoas fisicamente ativas também sofrem com o desgaste ocasionado após treinos de alta intensidade. Diminuição da força, inchaço na musculatura e encurtamento na amplitude do movimento são sintomas comuns que caracterizam o Dano Muscular Induzido pelo Exercício (DMIE).
Muitos fatores podem interferir na recuperação. Acelerar esse processo desperta interesse especial em atletas que necessitam de desempenho máximo para competir ou treinar pouco tempo depois do esforço físico. É nesse contexto que está a Crioterapia de Corpo Inteiro (CCI), técnica que expõe o indivíduo a temperaturas abaixo de cem graus Celsius negativos por alguns minutos dentro das chamadas criocabines. O tema foi objeto de estudo do professor João Batista Ferreira Júnior na tese “Uma sessão de crioterapia de corpo inteiro (-110 º C) acelera a recuperação do dano muscular” – trabalho agraciado com Grande Prêmio UnB de Tese Lauro Morhy.
Pesquisa
Para estudar os efeitos da terapia, o pesquisador avaliou um grupo com 26 homens fisicamente ativos que executaram série padronizada de exercícios com o objetivo de induzir o dano muscular. Dez minutos após finalizar a série, metade dos participantes foi exposta por três minutos a uma CCI à -110º C e outra metade permaneceu em temperatura ambiente de 21º C.
Como resultado, o primeiro grupo teve recuperação da força, menor inchaço muscular e alívio da dor em até 72 horas. Em contraposição, o grupo controle não recuperou a força nos níveis avaliados, teve maior inchaço muscular e permaneceu por até 96 horas com as sensações dolorosas. Assim, a conclusão apontada pelo pesquisador é de que a sessão de CCI a -110º C aplicada imediatamente após o treino acelera a recuperação muscular.
Professor de Educação Física da Polícia Federal, Valdinar de Araújo Rocha Júnior, um dos voluntários da pesquisa, nunca havia feito a CCI e fala sobre a experiência. “A sensação de dor nas extremidades foi bem marcante. Os dedos dos pés e das mãos doíam muito. Mas, ao sair da cabine, é um alívio imediato, porque a temperatura retorna ao normal rapidamente. Acho que pegar um frio menos intenso por um período prolongado seria bem pior”.
Origem
O termo de origem grega, cryo (frio) e therapy (tratamento), refere-se à utilização de baixas temperaturas como recurso terapêutico. Popularmente é conhecido pela aplicação de compressas de gelo em machucados e lesões. A sua forma mais recente é a Crioterapia de Corpo Inteiro e consiste na exposição do corpo ao ar frio utilizando criocâmaras ou criocabines, cuja temperatura pode variar entre -100 e -195º C por um período de dois a três minutos.
Os registros apontam que a CCI foi utilizada pela primeira vez no final da década de 70 no tratamento de artrite reumatoide proporcionando diminuição da dor para que o paciente suportasse os exercícios terapêuticos. Outros benefícios foram constatados, como diminuição do edema, da inflamação e relaxamento da musculatura esquelética. Posteriormente a técnica se mostrou positiva também no tratamento de sintomas de ansiedade, depressão e de espasmos de quadros neurológicos.
No meio profissional a crioterapia de imersão (técnica conhecida como banho de gelo, que consiste no mergulho em água entre 0 e 20º C por um intervalo que geralmente varia entre 5 e 20 minutos) é uma prática recorrente. Com as descobertas recentes, a tendência é que seja cada vez mais substituída pela CCI. “A CCI a -110º C tem se mostrado mais eficiente no processo de recuperação muscular do que a técnica de imersão. Além disso, o sujeito pode fazer uma sessão de CCI sem ter o seu rendimento comprometido para um treino logo em seguida, diferente do que acontece na crioterapia de imersão. No exterior, já é frequente o uso dessas cabines na recuperação de atletas”, afirma Ferreira Junior.
Leia a matéria completa no UnB Ciência.
Assista a matéria da UnBTV sobre a técnica:
Fonte: Vanessa Vieira, UnB Ciência. Imagem: Divulgação
Em suas publicações, o Portal Tech4Health da Rede T4H tem o único objetivo de divulgação científica, tecnológica ou de informações comerciais para disseminar conhecimento. Nenhuma publicação do Portal Tech4Health tem o objetivo de aconselhamento, diagnóstico, tratamento médico ou de substituição de qualquer profissional da área da saúde. Consulte sempre um profissional de saúde qualificado para a devida orientação, medicação ou tratamento, que seja compatível com suas necessidades específicas.
Os comentários constituem um espaço importante para a livre manifestação dos usuários, desde que cadastrados no Portal Tech4Health e que respeitem os Termos e Condições de Uso. Portanto, cada comentário é de responsabilidade exclusiva do usuário que o assina, não representando a opinião do Portal Tech4Health, que pode retirar, sem prévio aviso, comentários postados que não estejam de acordo com estas regras.
Apenas usuários cadastrados no Portal tech4health t4h podem comentar, Cadastre-se! Por favor, faça Login para comentar