Notícia
Estudo alerta para elevada prevalência de deficiência cognitiva após eventos coronários
Estudo da Universidade do Porto teve como objetivo calcular a prevalência de deficit neurocognitivo em um grupo de doentes em processo de reabilitação cardíaca
Getty Images
Fonte
Universidade do Porto
Data
sábado, 19 janeiro 2019 09:30
Áreas
Medicina. Cardiologia. Psiquiatria.
A abordagem neuropsicológica deveria ser obrigatória em todos os doentes com síndrome coronária aguda, como enfartes do miocárdio, de modo a identificar deficiências cognitivas e a implementar programas de reabilitação neuropsicológica tendentes a reduzir o impacto da doença na cognição.”
A sugestão é do Dr. Bruno Peixoto, pesquisador do Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde (CINTESIS) da Universidade do Porto, em Portugal, e coordenador de um estudo que teve como objetivo calcular a prevalência de deficit neurocognitivo em um grupo de doentes em processo de reabilitação cardíaca em hospital nos três meses após uma síndrome coronária aguda. Esta é uma das patologias cardiovasculares mais prevalentes e com maior mortalidade na qual se inclui o enfarte do miocárdio.
Neste trabalho, recentemente publicado na revista científica Journal of Cardiovascular and Thoracic Research, conclui-se que a percentagem de disfunção cognitiva após uma síndrome coronária aguda é “consideravelmente elevada”.
Os dados obtidos indicam que 85% dos doentes têm algum grau de compromisso cognitivo, uma prevalência bastante superior à registada em outros estudos do gênero (entre 10,51 e 66,8%). Destes, cerca de metade (49,1%) têm deficit considerados graves.
As áreas mais afetadas pela síndrome cardíaca aguda são a fluência verbal e a memória. Nesta população, 84,8% dos doentes têm algum comprometimento da fluência verbal, sendo que este comprometimento é grave em cerca de 50% dos casos. Além disso, 60,3% apresentam deficit de memória. Apenas 26% têm a linguagem comprometida.
Outro dos objetivos deste estudo foi estabelecer a relação entre o funcionamento cognitivo após a doença e uma série de variáveis sociodemográficas (idade, escolaridade e profissão), clínicas (pressão arterial) e emocionais (como a ansiedade).
De acordo com o Dr. Bruno Peixoto, a idade é um dos fatores mais relacionados com o surgimento de deficiências neurocognitivas após uma síndrome coronária. Quanto ao deficit de memória, este aparece claramente relacionado com o tabagismo. Existe mesmo uma relação entre o número de cigarros fumados diariamente antes do evento coronário e a gravidade com que a memória é afetada.
Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).
Acesse a notícia completa na página da Universidade do Porto.
Fonte: Cláudia Azevedo, Cintesis/Universidade do Porto. Imagem: Getty Images.
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