Notícia
Estimulação cerebral restaura a memória durante momentos de esquecimento
Técnica desenvolvida na Universidade da Pensilvânia pode ser um passo importante para restaurar a memória ativa
Divulgação
Fonte
Universidade da Pensilvânia
Data
terça-feira, 25 abril 2017 11:25
Áreas
Bioeletrônica. Estimulação Elétrica. Neurologia. Doenças Neurodegenerativas.
Uma equipe de neurocientistas da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, mostrou pela primeira vez que a estimulação elétrica liberada quando há previsão de falha na memória pode melhorar a função de memória no cérebro humano. Essa mesma estimulação geralmente se torna disruptiva quando pulsos elétricos chegam durante períodos de função de memória efetiva.
A equipe de pesquisa incluiu o Dr. Michael Kahana, professor de psicologia e pesquisador principal do Programa de Restauração da Memória Ativa da Defense Advanced Research Projects Agency; Dr. Youssef Ezzyat, cientista sênior de dados e Dr. Daniel Rizzuto, diretor de neuromodulação cognitiva na Universidade da Pensilvânia. Eles publicaram suas descobertas na revista científica Current Biology.
Este trabalho é um passo importante para o objetivo de longo prazo de restaurar a memória ativa, um projeto de quatro anos do Departamento de Defesa visando o desenvolvimento de tecnologias de última geração que melhorem a função de memória em pessoas que sofrem de perda de memória. Ele ilustra um importante elo entre a estimulação apropriada do cérebro profundo e seus potenciais benefícios terapêuticos.
Para chegar a este ponto, a equipe tinha que entender e decodificar padrões de sinalização que correspondem a altos e baixos da função de memória. “Aplicando métodos de aprendizado de máquina a sinais elétricos medidos em locais difundidos em todo o cérebro humano”, disse o Dr. Youssef Ezzyat, “somos capazes de identificar a atividade neural que indica quando um dado paciente terá lapsos de codificação de memória“.
Usando este modelo, a equipe do Dr. Michael Kahana examinou como os efeitos da estimulação diferem durante a função de memória pobre versus efetiva. O estudo envolveu pacientes neurocirúrgicos que receberam tratamento para epilepsia no Hospital da Universidade da Pensilvânia, no Hospital Universitário Thomas Jefferson, no Centro Médico Dartmouth-Hitchcock, no Hospital Universitário Emory, na Universidade do Texas Sudoeste, na Clínica Mayo, na Universidade de Columbia.e na Universidade de Washington. Os participantes foram convidados a estudar e recordar listas de palavras comuns enquanto recebiam níveis seguros de estimulação cerebral.
Durante este processo, a equipe da Universidade da Pensilvânia registrou a atividade elétrica a partir de eletrodos implantados nos cérebros dos pacientes como parte do atendimento clínico rotineiro. Essas gravações identificaram os biomarcadores da função de memória bem-sucedida, padrões de atividade que ocorrem quando o cérebro efetivamente cria novas memórias.
“Descobrimos que, quando a estimulação elétrica chega durante períodos de memória efetiva, a memória piora“, disse o Dr. Michael Kahana. “Mas quando a estimulação elétrica chega em momentos de má função, a memória é significativamente melhorada.”
Este novo conhecimento do processo pode melhorar as vidas de muitos tipos de pacientes, particularmente daqueles com traumatismo crânio-encefálico ou doenças neurológicas, tais como Alzheimer. “A tecnologia baseada neste tipo de estimulação poderia produzir ganhos significativos no desempenho da memória, mas ainda são necessárias outros estudos para passar da prova de conceito para uma plataforma terapêutica real”, conclui o Dr. Rizzuto.
Em novembro passado, a equipe publicou publicamente um extenso conjunto de dados de estímulo e registro cerebral intracraniano que incluiu mais de 1.000 horas de dados de 150 pacientes realizando tarefas de memória.
Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).
Fonte: Katherine Unger Baillie e Michele W. Berger Universidade da Pensilvânia. Imagem: Divulgação.
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