Notícia

Esperança na luta contra doenças crônicas comuns

Katrin Binner, Universidade Técnica de Darmstadt

Fonte

Universidade Técnica de Darmstadt

Data

quarta-feira, 4 abril 2018 11:55

Áreas

Bioquímica. Medicina. Doenças Crônicas. Saúde Pública.

Na Alemanha, cerca de quatro milhões de pessoas sofrem de depressão. E de acordo com um estudo da “Deutsche Schmerzgesellschaft”, a Sociedade Alemã da Dor, entre oito e 16 milhões de pessoas são afetadas pela dor crônica. A situação não é melhor quando se trata de obesidade: cerca de um em cada seis alemães é obeso. Bioquimicamente, existe uma ligação entre estas três doenças crônicas comuns. Nosso corpo produz uma molécula de proteína chamada FKBP51 que desempenha um papel importante tanto no metabolismo energético quanto na depressão e na dor crônica.

O Dr. Felix Hausch, professor de “Descoberta de Medicamentos Baseada em Estrutura” na Universidade Técnica de Darmstadt, na Alemanha, acredita que esta proteína é central no desenvolvimento de medicamentos futuros. “Se você bloquear a FKBP51, a tendência para depressão, obesidade e dor crônica deve diminuir.” Como ponto de partida para o desenvolvimento de inibidores, a equipe do Professor Felix Hausch optou pela substância farmacêutica já aprovada chamada “Tacrolimus”, uma substância obtida de bactérias conhecidas. que pode se ligar não só à FKBP51, mas também em proteínas semelhantes. Os pesquisadores mudaram essa substância quimicamente de modo que ela inibe o FKBP51 de forma ainda mais eficiente e também bloqueia apenas essa proteína e não seus derivados.

Desenvolvimentos atuais

Agora os cientistas estão se concentrando em também em duas novas substâncias, chamadas SAFit1 e SAFit2. A SAFit2 é uma candidata na luta contra a depressão e a dor crônica. A molécula passa a barreira hematoencefálica para que possa atingir o centro de controle dessas duas doenças. O SAFit1, precursora da SAFit2, não atinge o cérebro e foi inicialmente considerada menos promissora. No entanto, explica o Dr. Hausch, a substância está passando por um renascimento. Ele acredita que pode ser possível ser usada para combater a obesidade. O que era uma desvantagem agora se tornou um benefício, porque a droga pode trabalhar na gordura e no tecido muscular em vez de atingir o cérebro.

Resultados

Os resultados atuais são promissores, mas o desenvolvimento ainda necessário da substância não é simples. A SAFit2 pode passar a barreira hematoencefálica, mas apenas em pequena escala. Reduzir o tamanho da molécula pode aumentar a penetração no cérebro. Além disso, a seletividade não é tão boa e ampla quanto deveria ser. “Ainda precisamos melhorar algumas propriedades moleculares”, diz o Dr. Hausch. Provavelmente levará algum tempo até que a substância esteja pronta para o mercado, especialmente porque os custos de desenvolvimento estão crescendo exponencialmente. Por exemplo, os testes clínicos em milhares de voluntários – um pré-requisito para a aprovação de qualquer novo medicamento – são extremamente caros. Como uma universidade não é o local mais adequado para esses estudos, o professor de bioquímica já está considerando abrir uma empresa. Ele acha que esta fase de testes clínicos pode ser alcançada em cerca de dezoito meses.

Leia a matéria original da Universidade Técnica de Darmstadt (em alemão ou inglês).

Acesse o artigo científico publicado pelos pesquisadores na revista científica Nature Communications em 2017 (em inglês).

Acesse o resumo do artigo científico publicado pelos pesquisadores na revista científica Pain em 2018 (em inglês).

Fonte: Uta Neubauer, Universidade Técnica de Darmstadt. Imagem: Katrin Binner, Universidade Técnica de Darmstadt

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