Notícia

Esclerose múltipla maligna: fatores prognósticos

Terapia medicamentosa pode ser iniciada precocemente

Wikimedia Commons.

Fonte

Arquivos de Neuro-psiquiatria

Data

quarta-feira, 29 março 2017 15:20

Áreas

Neurologia. Psiquiatria.

A esclerose múltipla (EM) é ocasionada por uma disfunção do sistema autoimune com acometimento do sistema nervoso central (SNC) em diferentes graus de dano ao axônio. Os principais sintomas da EM são: fadiga, problemas na fala, visão turva ou dupla, falta de equilíbrio, dores crônicas, incontinência urinária, dificuldade para andar, tremores, depressão e problemas intestinais.

 A forma maligna da EM é caracterizada por uma inflamação no SNC num curto período de tempo, geralmente um prazo de cinco anos após o inicio dos sintomas. O reconhecimento precoce da EM maligna é primordial para evitar prejuízos ao portador num curto prazo e assim possibilitar que determinadas intervenções terapêuticas possam ser efetuadas para minimizar a disfunção neuromotora e a perda da qualidade de vida.

O neurologista Dr. Fabrício da Costa Hampshire de Araújo, do Departamento de Neurologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e colaboradores publicaram um estudo na edição de março de 2017 da revista científica Arquivos de Neuro-psiquiatria para avaliação dos fatores prognósticos na EM maligna. Foram analizados 293 portadores de EM atendidos no Hospital Federal da Lagoa no Rio de Janeiro de forma retrospectiva. Dessa amostra, 25 pacientes (8,53%) apresentavam a forma maligna da EM, sendo 13 mulheres (52%) e 12 homens (48%), que foram comparados com os restantes 268 portadores da EM não maligna. Em relação ao risco de piora clinica os portadores da forma maligna da EM foi dez vezes maior em comparação a forma não maligna da EM. Essa incapacidade funcional precoce observada na forma maligna da EM foi observada através de crises frequentes e atividade inflamatória intensa verificada pela ressonância magnética. Os resultados mostraram que os fatores que determinaram o prognóstico para a forma maligna da EM foram:

  • pacientes nos quais os sintomas motores foram a primeira manifestação;
  • tempo de intervalo mais curto entre as crises;
  • pacientes que apresentaram déficit motor após o primeiro surto;
  • presença de mais de um surto por ano
  • perda progressiva de função após a primeira crise

 

A partir desses achados os autores sugerem que o tratamento com imunomoduladores e terapia imunossupressora com medicamentos que diminuam a atividade inflamatória possam ser implementados mais precocemente.

Fonte: Arquivos de Neuro-psiquiatria. Imagem: Wikimedia Commons.

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