Notícia
Envelhecimento: retardando os efeitos com terapia hormonal segura
Novo modelo permite classificar melhor os pacientes em relação à adequação da suplementação hormonal
Shutterstock
Fonte
Universidade Politécnica de Madrid
Data
quinta-feira, 20 julho 2017 11:40
Áreas
Endocrinologia. Educação Física. Atividade Física. Envelhecimento.
Uma pesquisadora da Faculdade de Ciências da Atividade Física e do Desporto da Universidade Politécnica de Madrid (UPM), na Espanha, está envolvida em um projeto de pesquisa que mostra o papel da função muscular na correlação entre o estado hormonal, a hospitalização e o risco de mortalidade. Como resultado do Estudo de Toledo para Envelhecimento Saudável, os pesquisadores desenvolveram um método clínico que permite classificar os pacientes que podem receber terapia hormonal com segurança para mitigar os efeitos negativos do envelhecimento.
O envelhecimento é um processo inevitável que implica em uma série de consequências que irão alterar a saúde de forma negativa. Essas mudanças no nosso organismo ocorrem nos órgãos e no sistema e também em nível hormonal. À medida que nosso corpo envelhece, as concentrações de hormônios anabolizantes tendem a diminuir.
Esses hormônios transmitem mensagens para todo o organismo com o objetivo de desenvolver novas biomoléculas, ou seja, estão associados ao crescimento de diversos tecidos e órgãos, incluindo o músculo esquelético.
Portanto, a diminuição da concentração hormonal pode causar atrofia muscular progressiva devido à regeneração insuficiente dos tecidos musculares. Além disso, à medida que envelhecemos, tendemos a acumular mais massa gorda e, como resultado, temos pessoas com disfunção física, mobilidade reduzida e, consequentemente, com maior dependência e mortalidade.
Por esta razão, a suplementação hormonal pode ser uma forma adequada de reduzir o efeito negativo do envelhecimento. No entanto, os suplementos podem tem sérios efeitos adversos, como maior prevalência de eventos cardiovasculares. A partir desse contexto, os pesquisadores deram os primeiros passos para a concepção de um método clínico para distinguir os pacientes que poderiam beneficiar deste tipo de suplemento dos pacientes para os quais a suplementação poderia ser inadequada..
“A ideia inovadora deste modelo reside no fato de não levar em conta apenas a concentração de hormônios anabólicos no organismo, mas também a correlação entre essas concentrações e o esforço muscular exercido pelo indivíduo”, afirma a Dra Amelia Guadalupe-Grau, professora da Faculdade de Ciências da Atividade Física e do Desporto da UPM e membro do grupo de pesquisa.
Como resultado, os pesquisadores relataram que a função muscular pode ajudar a compreender melhor as correlações entre os níveis de hormônios anabólicos e eventos de saúde, de modo a selecionar especificamente os pacientes que poderiam potencialmente receber terapia hormonal e aqueles que poderiam se beneficiar apenas de um programa de exercícios físicos.
Os pesquisadores observaram que o risco de mortalidade e a hospitalização estão intimamente relacionados com o equilíbrio da relação entre hormônio e força total. Se esta proporção estiver desequilibrada, principalmente devido a uma alta concentração hormonal para valores médios ou baixos da força muscular ou quando os níveis de força estão abaixo dos níveis hormonais, temos uma situação de desregulação hormonal.
Acredita-se que pelo menos parte desta desregulação se deve ao fato de que os receptores desses hormônios podem não funcionar corretamente e, portanto, a atrofia muscular pode não ser causada pela falta de hormônios anabolizantes, mas porque os órgãos-alvo desses hormônios não conseguem recebe-los adequadamente, então o sinal não chega.
“Temos que ter cuidado com a suplementação hormonal. Precisamos garantir que estamos usando a dose certa. Quando a dose é pequena, ela não causa efeito. No entanto, se a dose exceder os valores certos, os efeitos adversos, como os eventos cardiovasculares, podem ser muito comuns“, afirma a Dra. Guadalupe-Grau. “Assim, graças a este novo método, poderemos prescrever o tratamento hormonal de forma mais segura para o paciente”, conclui a pesquisadora.
De acordo com este estudo, que foi publicado na revista científica “Journal of American Medical Directors Association (JAMDA)”, a suplementação será inadequada quando os pacientes tiverem uma desregulamentação hormonal causada por uma falha nos receptores hormonais (indiretamente medido através da força muscular).
Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).
Fonte: Universidade Politécnica de Madrid. Imagem: Shutterstock.
Leia também:
Açaí: fruta traz vários benefícios para a saúde
Catarata senil pode influenciar equilíbrio e risco de queda
Colágeno: controle da espessura e do estado juvenil da pele
Deficiência androgênica do envelhecimento masculino: sinais e sintomas
Envelhecimento ativo: conceitos e dicas
Envelhecimento celular: intervenção pode prevenir doenças
Envelhecimento da população precisa de ações efetivas em saúde pública
Matriz extracelular, longevidade e o combate a doenças
Nova arma na luta contra a perda de músculo esquelético
Quedas de pessoas idosas podem acarretar sequelas graves
Suplementação de creatina aumenta disposição física no idoso
Vestíveis para a terceira idade: tecnologia ajudará em situações de emergência
Em suas publicações, o Portal Tech4Health da Rede T4H tem o único objetivo de divulgação científica, tecnológica ou de informações comerciais para disseminar conhecimento. Nenhuma publicação do Portal Tech4Health tem o objetivo de aconselhamento, diagnóstico, tratamento médico ou de substituição de qualquer profissional da área da saúde. Consulte sempre um profissional de saúde qualificado para a devida orientação, medicação ou tratamento, que seja compatível com suas necessidades específicas.
Os comentários constituem um espaço importante para a livre manifestação dos usuários, desde que cadastrados no Portal Tech4Health e que respeitem os Termos e Condições de Uso. Portanto, cada comentário é de responsabilidade exclusiva do usuário que o assina, não representando a opinião do Portal Tech4Health, que pode retirar, sem prévio aviso, comentários postados que não estejam de acordo com estas regras.
Apenas usuários cadastrados no Portal tech4health t4h podem comentar, Cadastre-se! Por favor, faça Login para comentar