Notícia

Enfermeiras criam cartilha sobre cuidados em caso de engasgo de bebês

Publicação da USP é destinada a pessoas que tenham contato com crianças de até um ano

Divulgação

Fonte

IBSP e EERP-USP

Data

quarta-feira, 14 junho 2017 19:20

Áreas

Enfermagem. Pediatria.

Um engasgo ocorre quando a traqueia é bloqueada por algum tipo de líquido, alimento ou objeto. Em qualquer idade, apresenta riscos de vida, por provocar asfixia e sufocamento. Em bebês, a sufocação ou obstrução das vias aéreas é a primeira causa de morte acidental de bebês até um ano de idade.

Os últimos dados disponíveis do Ministério da Saúde registraram, em 2013, 825 crianças de até 14 anos mortas vítimas de sufocação. Desse total, 606 tinham menos de um ano de idade. “Durante a fase oral do desenvolvimento infantil na qual o bebê tem o hábito de levar tudo à boca, o engasgo pode ocorrer facilmente”, diz a enfermeira e uma das autoras da cartilha, Dra. Fernanda dos Santos Nogueira de Góes, da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo, em Ribeirão Preto.

A idealizadora da cartilha foi a recém graduada em enfermagem pela EERP Sabrina Bonetti, que notou a falta de materiais educativos dirigidos aos pais e familiares de bebês menores de um ano. Somado a isso, Sabrina verificou que o corpo de bombeiros de Ribeirão Preto atende grande número de ocorrências desse tipo com bebês.

A aluna levou essa preocupação à sua professora e orientadora Dra. Fernanda Góes e resolveram desenvolver uma cartilha científica. O resultado foi um material com conteúdo confiável e seguro para ser divulgado para a população. “Talvez o simples fato de ler ou ter a cartilha em casa possa ajudar os pais e familiares a socorrer seu bebê ou mesmo saber como pedir ajuda”, comenta a professora Fernanda.

O trabalho foi validado por professores de enfermagem, enfermeiros e médicos que atuam na área de resgate. Segundo a orientadora do trabalho, a literatura científica ainda não possui nada parecido com isso. Além disso, todas as informações contidas na cartilha estão de acordo com a última atualização das diretrizes para ressuscitação cardiopulmonar (RCP).

Em entrevista ao Portal do Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente (IBSP), a Dra. Fernanda Góes conta o que levou à criação da cartilha e alerta quais são as boas práticas para evitar que engasgos em crianças com menos de um ano venha a ocorrer.

IBSP – Qual o objetivo de criar uma cartilha sobre como lidar com os engasgos em casa de bebês de até um ano?

Dra. Fernanda Góes – Percebemos que havia uma lacuna de informação para os familiares e cuidadores de bebês de até um ano, assim como nos deparamos sempre com notícias na mídia de situações de engasgo. Por isso, propusemos a cartilha.

IBSP – A primeira recomendação é ligar para um serviço de resgate (Bombeiros ou SAMU). Isso eleva a segurança do procedimento de socorro?

Dra. Fernanda – O serviço de resgate é preparado para atender situações desse tipo, por isso deve ser sempre acionado. A cartilha não foi elaborada com a proposta de se sobrepor ou de diminuir a importância dos serviços de resgate. A ideia é permitir que os familiares e cuidadores tivessem informação de como agir caso não haja acesso aos serviços de resgate ou emergência, ou mesmo se o serviço demorar. Não queremos disseminar a ideia de substituir o serviço de resgate ou emergência, pois eles são fundamentais nessas situações.

IBSP – A cartilha é bem ilustrativa. O objetivo é facilitar a correta aplicação das manobras em uma situação de emergência?

Dra. Fernanda – As ilustrações da cartilha foram desenvolvidas a partir de recomendações de saúde com o objetivo de que o leitor possa compreender o que está sendo dito. Para que as manobras sejam eficientes, elas devem ser realizadas corretamente e a ilustração pode favorecer a compreensão.

IBSP – Quais as dicas para evitar engasgos de bebês?

Dra. Fernanda – Durante a fase oral do desenvolvimento infantil na qual o bebê tem o hábito de levar tudo à boca, o engasgo pode ocorrer facilmente. Não estou falando apenas do engasgo devido ao aleitamento materno, mas outros tipos de alimentos, pequenas peças de brinquedos e qualquer tipo de material que chame atenção do bebê. Ele tende a levar tudo à boca. A principal recomendação é: fique atento sempre! Após amamentar, coloque o bebê para arrotar. Caso isso não ocorra, posicione-o deitado do lado direito para evitar regurgitação. Também é fundamental a pequenos objetos que possam estar em contato com o bebê. Além disso, seguir as recomendações da equipe de saúde quanto aos tipos de alimentos a serem ofertados ao bebê, inclusive sobre a consistência, é de suma importância para a segurança dos bebês.

Acesse a Cartilha “O que fazer quando seu bebê engasgar”.

Fonte: Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente (IBSP) e Escola de Enfermagem da USP em Ribeirão Preto. Imagem: Divulgação.

 

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