Notícia

Enfermeira desenvolve protocolo para reuso de cateteres

Viabilidade do procedimento testado no HC da Unicamp pode proporcionar economia de até 84% no uso de cateter para eletrofisiologia

Antoninho Perri e André Vieira

Fonte

HC da Unicamp

Data

segunda-feira, 15 agosto 2016 10:30

Áreas

Gestão de Suprimentos. Enfermagem.

Os cateteres de eletrofisiologia são utilizados para diagnóstico e terapêutica de arritmias cardíacas em pacientes que não respondem a tratamento medicamentoso. Por meio de anéis dispostos em suas extremidades, eles captam os estímulos nervosos do coração detectando anomalias. Os dois modelos disponíveis são introduzidos através da veia femoral. O cateter de diagnóstico se destina a localizar o ponto responsável pela anormalidade e o terapêutico ou de ablação, para a sua “queima”.

Nesses procedimentos são utilizados cateteres especiais, não tunelados, de alto valor agregado. O custo médio desses cateteres está em torno de R$ 4.500,00 e são empregados pelo menos dois por paciente, dependendo das dificuldades do exame. O reembolso praticado pelo SUS cobre em média apenas o custo de um cateter, o que torna imperioso o seu reuso, que é descrito na literatura especializada. No Brasil, as normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) estabelecem que caso o serviço de saúde opte por reutilizar ferramentas ou dispositivos hospitalares deverá estabelecer protocolo e validá-lo, embora não existam orientações para tanto.

Com o objetivo de elaborar e validar um protocolo para reutilização de cateteres de eletrofisiologia, não tunelados, estudo foi desenvolvido no Hospital de Clinicas da Universidade Estadual de Campinas (HC-Unicamp) pela enfermeira Mirtes Loeschner Leichsenring, responsável pelo grupo de reuso do hospital, orientado e coorientado, respectivamente, pelos médicos Dr. Plínio Trabasso e Dra. Maria Luiza Moretti, docentes da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp na disciplina de Infectologia.

O trabalho centrou-se na forma de limpar, esterilizar e validar todo o processo. A propósito, a pesquisadora explica: ”Embora se encontrem na literatura várias publicações de diferentes países que referendam a reutilização desses cateteres, não existe conformidade entre os métodos utilizados nem tampouco descrição de validação das etapas realizadas”.

A pesquisa, que deu origem à dissertação de mestrado, levou ao estabelecimento de um protocolo de limpeza e esterilização, validado na prática clínica, e constitui a primeira publicação do gênero no Brasil.

O estudo de custo-minimização empregado pela autora revelou economia de 84% no custo do cateter, considerando sete usos, e mostrou a viabilização do procedimento no HC da Unicamp, em um universo, como tantos outros no Brasil, escasso de recursos, pois os custos do procedimento são muito superiores ao que o SUS reembolsa. O processo empregado atende a legislação vigente em relação ao reuso, propiciando segurança ao paciente, além de garantir sustentabilidade econômica e ambiental.

A reutilização de dispositivos médicos, rotulados pelos fabricantes como de uso único, chamados de materiais não permanentes, é tema dos mais polêmicos na área da saúde. A atual legislação brasileira permite a reutilização desses dispositivos, mas estabelece que haja um protocolo de processamento, no qual os critérios de validação aplicados devem ser apresentados de forma detalhada, sendo cada serviço de saúde responsável legal pelo processamento praticado em sua instituição. A justificativa básica para a reutilização é econômica e, neste contexto, encontram-se os cateteres de eletrofisiologia.

Leia a reportagem completa do Jornal da Unicamp.

Fonte: Carmo Gallo Netto, Jornal da Unicamp. Imagem: Antoninho Perri e André Vieira

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