Notícia
Em Portugal, pesquisadoras do i3S lideram desenvolvimento de próteses inteligentes para prevenir acidentes cardiovasculares
Dispositivos em desenvolvimento no âmbito do projeto ‘Blood2Power’ serão capazes de enviar alertas antes dos eventos acontecerem, permitindo intervenção médica precoce
Divulgação, i3S/Universidade do Porto
Fonte
Universidade do Porto
Data
sábado, 22 abril 2023 15:00
Áreas
Bioeletrônica. Bioengenharia. Biologia. Biomedicina. Biotecnologia. Cardiologia. Ciência dos Materiais. Engenharia Biológica. Engenharia Biomédica. Física Médica. Informática Médica. Medicina. Saúde Pública.
Um consórcio europeu liderado por um grupo de pesquisa do Instituto de investigação e Inovação em Saúde (i3S) da Universidade do Porto, em Portugal, recebeu recentemente um financiamento de quase três milhões de euros (cerca de R$ 16,8 milhões) atribuído pelo Conselho Europeu de Inovação (EIC) Pathfinder Challenge, no âmbito do programa Horizonte Europa. Denominado ‘Blood2Power’, o projeto tem como objetivo desenvolver dispositivos médicos vasculares inteligentes capazes de enviar alertas antes das falhas acontecerem, permitindo, assim, uma intervenção médica precoce e evitando um novo evento cardiovascular.
Liderado pela pesquisadora Dra. Inês Gonçalves, o consórcio integra mais três parceiros – o Instituto de Física dos Materiais da Universidade do Porto (IFIMUP), sediado na Faculdade de Ciências (FCUP), a Universidade de Navarra, em Espanha, e a Universidade Médica de Viena, na Áustria – e pretende diminuir a mortalidade causada por doenças cardiovasculares, que é de 16,8 milhões de óbitos/ano em todo o mundo.
Embora o uso de stents e próteses vasculares para reestabelecer o fluxo sanguíneo de artérias obstruídas tenha melhorado o prognóstico destas doenças, estes dispositivos podem falhar sem aviso prévio, muitas vezes com efeitos catastróficos para o paciente.
“No âmbito deste projeto de três anos, queremos desenvolver a próxima geração de dispositivos médicos vasculares, introduzindo o conceito de próteses vasculares inteligentes com capacidade de gerarem energia e auto-monitorizarem o seu desempenho”, explicou a Dra. Inês Gonçalves.
Em caso de diminuição de desempenho destas novas próteses vasculares, “são enviados alertas ao sistema de saúde, o que permitirá uma intervenção médica precoce, antecipando a falha da prótese, por exemplo pela formação de um coágulo, e evitando um novo evento cardiovascular, por exemplo um enfarte do miocárdio”, acrescentou a pesquisadora, líder do grupo de pesquisa ‘Advanced Graphene Biomaterials’. Desta forma, os cuidados médicos passarão a ser contínuos e não episódicos.
Trabalho em equipe
Para alcançar esta tecnologia pioneira, a Dra. Andreia Pereira, que também integra a equipa do i3S, explicou que “serão desenvolvidos novos nanogeradores triboelétricos biocompatíveis (TENG), que convertem a energia mecânica do corpo em energia elétrica”. Estes nanogeradores serão desenvolvidos em colaboração com os pesquisadores Dr. João Ventura e Dr. André Pereira, do IFIMUP.
“Será também desenvolvida uma unidade de gestão de energia e sistema wireless miniaturizada e de ultrabaixo consumo, que será acoplada à prótese vascular, permitindo armazenar a energia gerada e recolher e transmitir os dados para um dispositivo eletrônico externo (ex. smartphone/relógio)”, esclareceu a Dra. Andreia Pereira. Esta componente contará com a colaboração de uma equipe da Universidade de Navarra, liderada pelo pesquisador Dr. Andoni Beriain.
O desempenho da nova prótese vascular inteligente será validado num modelo animal com a colaboração da Dra. Helga Bergmeister, pesquisadora da Universidade Médica de Viena. O projeto conta também com um conjunto de consultores clínicos, que ajudarão a desenvolver um produto que responda às necessidades dos pacientes e dos médicos.
Acesse a notícia completa na página da Universidade do Porto.
Fonte: Luísa Melo, i3S/Universidade do Porto. Imagem: As pesquisadoras Dra. Andreia Pereira e Dra. Inês Gonçalves querem ajudar a diminuir a elevada taxa de mortalidade causada por doenças cardiovasculares. Fonte: Divulgação, i3S/Universidade do Porto.
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