Notícia

Eflúvio telógeno: sintomas e tratamento da queda aguda de cabelos

Cirurgia bariátrica e pós-parto podem contribuir para a queda capilar

Divulgação

Fonte

Sociedade Brasileira de Dermatologia

Data

sábado, 18 novembro 2017 12:05

Áreas

Medicina. Dermatologia.

O eflúvio telógeno é uma condição que se caracteriza pelo aumento da queda diária de fios de cabelo. Seu aumento é visto principalmente naquela quantidade de cabelos que cai no chuveiro ou fica na escova. O eflúvio se divide em dois tipos: agudo e crônico. São subtítulos que compartilham a queixa de queda aguda, mas são clinicamente distintos.

Eflúvio telógeno agudo: sua causa está associada a algum evento que aconteceu três meses antes do início da queda. Isso porque o período de preparo para a queda dura de dois a três meses e os fios se desprendem ao final desse ciclo. Esses eventos, ou gatilhos, convertem um percentual maior de fios para a fase de queda. Sendo assim, em vez de 100 a 120 fios caindo diariamente, podem cair 200 a 300 fios, dependendo do paciente e da causa do eflúvio.  Os eventos mais associados à queda são: pós-parto, febre, infecção aguda, sinusite, pneumonia, gripe, dietas muito restritivas, doenças metabólicas ou infecciosas, cirurgias, especialmente a bariátrica (por conta da perda de sangue e do estresse metabólico) além do estresse. Algumas medicações também podem desencadear o problema. Tudo isso pode interferir na proporção dos fios na fase de queda. Em geral, 70% dos casos têm o agente descoberto. Já nos 30% restantes a causa acaba por não ser definida.

Eflúvio telógeno crônico: a fase na qual os fios caem muito, se assemelha à versão aguda. Porém, em longo prazo, é diferente. Há ciclos de aumento dos fios na fase de queda, de forma cíclica, uma ou duas vezes por ano, ou a cada dois anos, dependendo do paciente. Conforme o tempo passa, o paciente fica com o cabelo mais volumoso na base e menos volumoso no comprimento. O cabelo fica mais curto e com o “rabo de cavalo” mais fino. Se o paciente só tiver essa condição, não ficará com o cabelo ralo no couro cabeludo. Porém, seu problema pode estar associado a outras condições que causam rarefação dos fios. De qualquer forma, se perde muito volume e comprimento. O problema nem sempre tem causa definida, mas sabe-se que está associado a doenças autoimunes, dentre elas, a mais comum é a tireoidite de Hashimoto.

Sintomas

O principal sintoma é a queda aguda do cabelo, com aumento dos fios que caem dia a dia. Coceira no couro cabeludo, principalmente na região posterior, pode estar presente em alguns casos.

Tratamento

O eflúvio telógeno é autolimitado, ou seja, tem uma duração predeterminada de dois a quatro meses, caso não haja outra doença associada. E, de um dia para o outro, há uma aparente melhora. Na teoria, não seria preciso tratamento. Porém, se o paciente tem alguma condição associada, como alopecia androgenética (calvície) ou a alopecia senil (diminuição de cabelos que surge após os 60 anos), em geral, costuma-se tratá-lo para que possa ter plena capacidade de recuperar o volume e o comprimento dos fios. É importante lembrar que não há um tratamento específico. Algumas medicações, que são estimuladoras do crescimento capilar, podem ser associadas para acelerar esse processo de recuperação.  Se o paciente for saudável, e sem doença prévia do couro cabeludo, terá plena capacidade de recuperação. O prognóstico em geral é bom, mas é sempre indicado que a pessoa procure um dermatologista para conhecer melhor seu caso, e se há a necessidade de tratar alguma possível doença de base associada. Ou, ainda, se é preciso descobrir algum fator que possa estar associado à queda, como na área alimentar, seja por uma deficiência de ferro ou vitaminas, ou em razão de dietas hiperproteicas. O paciente precisa ser bem orientado para saber o que faz bem para seu metabolismo e ciclo capilar.

Prevenção

Não há prevenção para a queda aguda de cabelo. Porém, há situações nas quais seu surgimento é esperado, como na fase do pós-parto, quando é comum ocorrer queda dos fios 2-3 meses após o parto. O mesmo vale para aqueles que passaram por cirurgia bariátrica ou por uma dieta emagrecedora.

Fonte: Sociedade Brasileira de Dermatologia. Imagem: Divulgação.

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