Notícia

Dormir bem na infância é fundamental

Estudos correlacionam privação ou qualidade do sono à obesidade

Dhiego Andrade, Freeimages

Fonte

PUCRS

Data

terça-feira, 28 abril 2015 16:20

Áreas

Pediatria.

Ansiedade, preocupações, depressão, estresse, alimentação pesada, uso de certos medicamentos, ingestão de bebidas alcóolicas e com cafeína próximo ao horário de dormir ou problemas de respiração. São muitas as causas que levam ao distúrbio do sono (DS), que pode influenciar de forma negativa na saúde, no comportamento, no desempenho de tarefas, no relacionamento familiar e social. E esse não é um problema que atinge apenas adultos, sendo frequente também na infância e adolescência.

Para avaliar a existência de associação entre privação de sono em crianças de um a quatro anos e sobrepeso/obesidade nesta faixa etária, a doutoranda Camila El Halal, do Programa de Pós-Graduação em Medicina e Ciências da Saúde da PUCRS, desenvolveu pesquisa durante o mestrado com 4.231 crianças do banco de dados da Coorte de Nascimentos de 2004 de Pelotas (planejado e executado pelos pesquisadores do Centro de Pesquisas Epidemiológicas da Universidade Federal de Pelotas), sob orientação da neuropediatra do Instituto do Cérebro do RS e professora da Faculdade de Medicina (Famed), Profa. Dra.  Magda Lahorgue  Nunes. “A primeira avaliação foi realizada no hospital, nas primeiras 24 horas após o nascimento, e elas vêm sendo acompanhadas e reavaliadas regularmente. Aos quatro anos, desse total, 3.799 ainda faziam parte do estudo e foram reavaliadas. A partir dos dados, realizam-se centenas de estudos”, conta Camila.

Os responsáveis pelas crianças responderam a questionários sobre hábitos do sono e de dieta e sobre características socioeconômicas e demográficas. Crianças que dormiam menos de dez horas por noite foram consideradas privadas de sono. Foram utilizados limites estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde para definir casos de sobrepeso e obesidade.

Segundo Camila, não se sabe ao certo quais mecanismos ligam a privação de sono à obesidade, porém é certo que hormônios que influenciam o metabolismo apresentam uma liberação circadiana, o que pode estar relacionado ao aumento de peso. “Também é possível que a sonolência diurna interfira no tipo de alimento consumido, levando ao ganho de peso. Nosso principal achado foi que crianças que dormiam menos de dez horas por noite, na faixa etária pré-estabelecida, tinham uma chance 32% maior de sobrepeso ou obesidade aos quatro anos“, revela.

O sobrepeso e a obesidade estão ligados a uma série de patologias crônicas, como doenças cardiovasculares e diabetes, além de interferir na autoestima e interação social em todas as faixas etárias. “Quanto mais cedo as crianças se tornarem obesas, maior será o tempo de exposição a esses fatores de risco, sujeitas ao desenvolvimento de patologias crônicas, que poderão ter um efeito sobre a qualidade de vida e mesmo na sobrevida”, ressalta Camila, que recebeu pela pesquisa o prêmio IPSA Young Researcher Award, da International Pediatric Sleep Association, em 2014. “Foi um reconhecimento ao trabalho realizado e um estímulo para seguir realizando estudos na área do sono em pediatra”, conclui.

Este e outros estudos fazem parte da linha de pesquisa “Sono e seus distúrbios na infância”, coordenada pela Profa. Dra. Magda Nunes nos Programas de  Pós-Graduação em Medicina e Ciências da Saúde e Pediatria e Saúde da Criança da PUCRS desde a década de 1990.

Leia a reportagem completa publicada na Revista da PUCRS.

Fonte: Vanessa Melo, revista da PUCRS. Imagem: Dhiego Andrade, Freeimages.

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