Notícia
Dois novos compostos para tratamento de infecções fúngicas
Farmacêutica da Unicamp sintetiza novos compostos com propriedades antifúngicas
Antonio Scarpinetti
Fonte
Unicamp
Data
quinta-feira, 30 março 2017 17:40
Áreas
Química. Bioquímica. Química Medicinal. Farmácia. Desenvolvimento de Fármacos.
A medicina tem registrado nos últimos anos um número crescente de casos de infecções provocadas por fungos. Dois fatores associados a este avanço são o aumento do contingente de pessoas imunodeprimidas e a resistência dos micro-organismos aos medicamentos presentes no mercado. Estudo realizado para a tese de doutorado da farmacêutica Marilia Simão dos Santos desenhou e sintetizou dois novos compostos com propriedades antifúngicas. A pesquisa abre perspectiva para o desenvolvimento de futuros fármacos destinados ao tratamento desse tipo de infecção. O trabalho, defendido no Instituto de Química (IQ) da Unicamp, foi orientado pelo Prof. Dr. Fernando Coelho.
De acordo com Marilia, ela e seu orientador já estão providenciando, com o suporte da Agência de Inovação Inova Unicamp (Inova Unicamp), o pedido de registro de patente da tecnologia. A proteção intelectual é fundamental, em razão da originalidade do estudo. A autora da tese explica que os novos compostos foram inicialmente planejados e depois sintetizados. “Para explicar de maneira simples, o que eu fiz inicialmente foi desenhar duas novas estruturas, baseadas nos antifúngicos comerciais utilizados na clínica médica e em moléculas descritas na literatura que também apresentam atividades antifúngicas. O passo seguinte foi fazer a síntese, ou seja, a ligação entre as partes, de modo a obter estruturas híbridas também com capacidade de combater os fungos”, detalha a pesquisadora.
Superadas estas duas etapas, Marilia precisava cumprir mais uma fase: comprovar que os novos compostos poderiam de fato inibir o crescimento dos fungos. “Depois das moléculas sintetizadas, nós fizemos os ensaios biológicos in vitro. Felizmente, as estruturas demonstraram uma importante propriedade antifúngica, frente a alguns fungos selecionados. De maneira geral, elas demonstram uma atividade semelhante ao do medicamento que tomamos como referência, sendo que para algumas cepas de micro-organismos a atividade foi ainda superior ao do fármaco comumente usado no tratamento das infecções fúngicas”, revela a pesquisadora.
Os resultados obtidos com a pesquisa, considera Marilia, evidenciam que os novos compostos são muito promissores. A farmacêutica observa, entretanto, que antes destas estruturas serem utilizadas para o desenvolvimento de uma nova classe de medicamentos, vários outros estudos terão que ser realizados. “Precisamos verificar o grau de toxicidade e o mecanismo de ação desses compostos. Em seguida, será necessário realizar testes in vivo, para somente depois iniciarmos um eventual teste clínico. De toda forma, a pesquisa traz novos conhecimentos paras as áreas envolvidas com o desenvolvimento de fármacos”, entende a autora da tese.
Leia a matéria completa no Jornal da Unicamp.
Fonte: Manuel Alves Filho, Jornal da Unicamp. Imagem: Antonio Scarpinetti.
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