Notícia

Doenças adrenais: dúvidas comuns e como suspeitar

Fadiga crônica pode ser problema hormonal

Fonte

SBEM

Data

terça-feira, 19 abril 2016 21:35

Áreas

Endocrinologia. Metabolismo.

Enquete realizada no site da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia( SBEM) mostrou o conhecimento que o público em geral tem sobre a glândula adrenal. De acordo com os dados, 16,6% das pessoas nunca ouviram falar em adrenal; 7,8% acreditam que se trata de um hormônio; 4,1% um medicamento; 0,5% uma doença e 71%, uma glândula.

As glândulas supra-renais ou glândulas adrenais, como também são chamadas, são glândulas pequenas, componentes do sistema endócrino. Elas estão localizadas acima de cada rim e na parte mais anterior. Cada uma delas possui cerca de 5 cm de diâmetro, sendo dividida em duas partes principais: uma camada externa, conhecida como córtex, e uma parte central, chamada de medula.

A adrenal é responsável por sintetizar hormônios importantes no processo metabólico, como a aldosterona e o cortisol, além da testosterona,  adrenalina e noradrenalina. A adrenalina e a noradrenalina são hormônios importantes na ativação dos mecanismos de defesa do organismo, diante de condições de emergência, tais como emoções fortes, estresse, choque, entre outros. Eles preparam o organismo para a fuga ou luta. A adrenalina aumenta o ritmo cardíaco e a pressão sanguínea em resposta ao estresse ou ansiedade. O fluxo sanguíneo para os músculos aumenta, a pele empalidece, as pupilas dos olhos dilatam e o fígado libera glicose no sangue. Estas alterações preparam o corpo para ação imediata. A adrenalina ainda pode ser utilizada como medicamento no tratamento do estado de choque, nos ataques agudos de alergia e na asma grave. Também é utilizada para diminuir a absorção dos anestésicos locais, aumentando assim seu efeito e reduzindo o sangramento, especialmente em cirurgias dermatológicas. Os vários hormônios produzidos pelo córtex – as corticosteronas – controlam o metabolismo do sódio e do potássio e o aproveitamento dos açúcares, lipídios, sais e águas, entre outras funções.

Doenças das glândulas adrenais

Entre as doenças associadas a distúrbios na produção de hormônios na glândula adrenal estão a Doença de Addison, a Síndrome de Cushing e o Feocromocitoma. O Câncer é raro, mas pode ocorrer. O tipo mais comum é o Carcinoma Adrenocortical (originado na camada cortical). Os cânceres da camada mais interna (medula) são chamados Feocromocitomas.

Doença de Addison, também conhecida como insuficiência adrenal crônica ou hipocortisolismo, é uma rara doença endocrinológica. Ela progride lentamente e os sintomas podem ser discretos ou ausentes até que ocorra uma situação de stress. Os sintomas mais comuns são: fadiga crônica, com piora progressiva; fraqueza muscular; perda de apetite; perda de peso; náusea e vômitos; diarréia; hipotensão, que piora ao se levantar; áreas de hiperpigmentação (pele escurecida), conhecidas como melasma suprarrenal; irritabilidade; depressão; vontade de ingerir sal e alimentos salgados; e hipoglicemia (mais severa em crianças).

Síndrome de Cushing é uma desordem endócrina causada por níveis elevados de cortisol no sangue. Os principais sintomas são o aumento de peso, com a gordura se depositando no tronco e no pescoço. Ocorre, também, afilamento dos braços e das pernas com diminuição da musculatura e, consequentemente, fraqueza muscular, que se manifesta principalmente quando o paciente caminha ou sobe escadas. A pele vai se tornando fina e frágil, fazendo com que surjam hematomas sem o paciente notar que bateu ou contundiu o local. Sintomas gerais como fraqueza, cansaço fácil, nervosismo, insônia e labilidade emocional também podem ocorrer.

Feocromocitomas são tumores, geralmente benignos, de células cromafins, formados por células produtoras de substâncias adrenérgicas, como a adrenalina. Costumam se localizar nas glândulas adrenais ou supra-renais, mas podem ter outras localizações. Esse tipo de tumor raramente responde à quimioterapia ou radioterapia, necessitando de intervenção cirúrgica. Eles podem ser “silenciosos”, mas podem ter os mais variados graus de sintomas, sendo os mais intensos os das chamadas crises adrenérgicas. Neste caso, o portador apresenta crises súbitas de aceleração do coração, com grandes elevações de pressão arterial, dor de cabeça e sudorese.

A Insuficiência Adrenal (IA) é uma patologia de etiologia diversa que está associada à baixa produção dos glico e mineralocorticóides, hormônios produzidos no córtex das glândulas adrenais. Pode-se ter vários tipos de insuficiência adrenal e ainda várias classificações. Quando se chama de IA primária o defeito é originário da própria glândula adrenal e IA secundária quando ocorre deficiência na produção do hormônio que estimula a produção adrenal, que é o ACTH ou hormônio adenocorticotrófico. Dentre as causas de IA primárias têm-se doenças genéticas, doenças infecciosas (como por exemplo, tuberculose adrenal) e mais freqüentemente as doenças auto-imunes. Nas causas de IA secundárias pode-se ter os tumores hipotálamo-hipofisários, doenças granulomatosas, todas associadas a alterações no hipotálamo ou na hipófise. O quadro clínico pode não ser muito exuberante e está associado a sintomas relativos à falta de glicocorticóide, de mineralocorticóide ou de ambos e ainda a sintomas específicos da etiologia envolvida. Por ser variável, a inespecificidade do quadro pode dificultar o diagnóstico precoce. O paciente pode apresentar cansaço fácil, perda de peso, hipotensão e hipoglicemia, presença de valores plasmáticos baixos de sódio, e consequentemente uma avidez por alimentos salgados. Pode-se ainda apresentar sintomas de diminuição dos andrógenos adrenais como diminuição do interesse sexual e da pilificação corporal, sendo estes mais encontrados em mulheres. O tratamento consiste na reposição dos hormônios que estiverem em falta (glico e/ou mineralocorticóides), continuadamente. É fundamental a orientação ao paciente da necessidade de se aumentar as doses do corticóide em presença de situações de stress.

Fonte: SBEM.

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