Notícia
Doença rara inspira pesquisadores a encontrar uma nova maneira de atacar o câncer
Pesquisas sobre a doença chamada “deficiência de NGLY 1” podem levar a novos tratamentos para o mieloma múltiplo e outros tipos de câncer
L.A. Cícero, Universidade Stanford
Fonte
Universidade Stanford
Data
domingo, 26 novembro 2017 17:25
Áreas
Oncologia. Biologia Celular e Molecular. Bioquímica. Farmacologia.
Alguns dos novos tratamentos mais promissores para cânceres de sangue, medicamentos chamados inibidores do proteassoma, têm um problema: por razões que os pesquisadores ainda não compreendem completamente, as células cancerosas podem criar resistência a eles.
Recentemente, pesquisadores da Universidade Stanford, nos Estados Unidos, publicaram na revista científica “ACS Central Science” como uma investigação sobre uma doença rara conhecida como “deficiência de NGLY1” revelou uma maneira de superar um possível mecanismo de resistência.
Doença rara com impacto amplo
Os pesquisadores estavam estudando uma molécula chamada Nrf1. A molécula desempenha um papel na regulação das proteínas dentro de nossas células e é muito importante para a saúde dos neurônios. Porém, a Nrf1 também é responsável por limitar a eficácia dos medicamentos contra o câncer (inibidores de proteassoma). Quando as células cancerosas são tratadas com estes medicamentos, a Nrf1 em excesso neutraliza os efeitos do inibidor da protease.
Para a molécula Nrf1 desempenhar sua função, ela tem que estar ativada – em particular, algo tem que retirar moléculas de açúcar em sua superfície, que impedem sua ativação. Os pesquisadores de Stanford demonstraram que esta ação é feita pela molécula NGLY1.
Sem a NGLY1, a Nrf1 nunca atinge seu estado ativo. Essa descoberta poderia explicar alguns dos problemas que os pacientes com deficiência de NGLY1 experimentam. Basicamente, se uma pessoa não pode produzir NGLY1, então a Nrf1 não pode agir para proteger neurônios e outras células, e uma grande variedade de sintomas pode resultar.
Embora a ausência completa de NGLY1 tenha consequências desastrosas, a equipe sugere que um pouco de depleção criteriosa da proteína – apenas o suficiente para evitar que a Nrf1 limite os efeitos do inibidor do proteassoma – poderia ajudar os medicamentos a serem mais eficazes.
Essas descobertas demonstram a importância de estudar doenças raras como a deficiência NGLY1. “É realmente difícil curar doenças”, disse a Dra. Carolyn Bertozzi, professora do Departamento de Química da Universidade Stanford e líder da pesquisa. “Mas eu quero que meus alunos saibam que tudo o que eles aprendem aqui, alguém vai aproveitar e, se não ajudar os pacientes de hoje, ajudará os pacientes de amanhã, ou talvez pacientes com câncer”, conclui a especialista.
Leia a matéria completa da Universidade Stanford (em inglês).
Acesse o artigo científico completo (em inglês).
Fonte: Nathan Collins, Universidade Stanford. Imagem: L.A. Cícero, Universidade Stanford.
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