Notícia

Doença inflamatória pélvica

Doença do trato genital superior da mulher pode ter sérias consequências, como a infertilidade

Fonte

American Congress of Obstetricians and Gynecologists (ACOG)

Data

quinta-feira, 5 maio 2016 13:41

Áreas

Ginecologia. Saúde da Mulher.

Em artigo científico publicado pelos professores Dr. Hans Halbe e Dr. Donaldo da Cunha, da Faculdade de Medicina de Marília (Famema) sobre a Doença Inflamatória Pélvica (DIP), os especialistas explicam que a doença “é causada pela infecção polimicrobiana do trato genital superior, originária de foco uretral, vaginal ou cervical. A virulência dos germes e a resposta imune definem a progressão: endometrite, salpingite, pelviperitonite, ooforite, peri-hepatite (síndrome de Fitz-Hugh-Curtis), abscesso tubo-ovariano ou de fundo de saco de Douglas. Os patógenos são sexualmente transmissíveis (clamídia, gonococo, micoplasmas, casualmente tricomonas e vírus) ou endógenos”.

Portanto, trata-se de uma infecção dos órgãos reprodutores femininos e é bastante comum: a DIP é diagnosticada em mais de um milhão de mulheres nos Estados Unidos e em mais de 150 mil mulheres no Brasil, a cada ano. Apesar dos números, entende-se que pode ser uma doença significativamente subdiagnosticada: segundo os pesquisadores, “A natureza dos germes causais preceitua o rastreamento das demais doenças sexualmente transmissíveis. A prevalência de forma subclínica, oligossintomática, aumenta o risco de falta de diagnóstico e subestimação da DIP”.

O Congresso Americano de Obstetras e Ginecologistas (ACOG, American Congresso of Obstetricians and Gynecologysts) tem publicado em seu site várias informações importantes sobre a DIP. Este conhecimento é importante para que as mulheres fiquem atentas aos sinais e procurem sempre o seu médico ginecologista para o diagnóstico e tratamento precoce da doença. Abaixo estão alguns alertas e dicas importantes publicados no site do ACOG:

Como ocorre a doença inflamatória pélvica (DIP)?

A doença inflamatória pélvica (DIP) ocorre quando as bactérias se movem a partir da vagina na direção do útero, ovários ou trompas de Falópio. As bactérias podem levar a um abcesso em uma trompa de Falópio ou nos ovários. Com isso, podem ocorrer problemas a longo prazo se a DIP não for tratada rapidamente.

O que causa a DIP?

Duas infecções sexualmente transmissíveis – gonorreia e clamídia – são a principal causa da DIP. Gonorreia e clamídia podem causar sintomas sutis ou mesmo não apresentar sintomas na mulher. Quando uma mulher está infectada com gonorreia ou clamídia e não recebe tratamento, pode levar de alguns dias a algumas semanas antes que ela desenvolva DIP. A DIP também pode ser causada por infecções que não são sexualmente transmitidas, como a vaginose bacteriana.

Quais são os efeitos a longo prazo da DIP?

A DIP pode levar a sérios problemas:

  • Infertilidade – Uma em cada dez mulheres com DIP torna-se infértil. A DIP pode causar cicatrizes nas trompas de falópio, que podem bloquear as trompas e impedir que um óvulo possa ser fecundado.
  • Gravidez ectópica – cicatrizes de DIP também podem impedir que um óvulo fertilizado se mova dentro do útero. Em vez disso, ele pode começar a crescer na trompa de Falópio. O tubo pode romper e causar sangramento no abdômen e da pelve com risco de vida. Cirurgia de emergência pode ser necessária se a gravidez ectópica não for diagnosticada precocemente.
  • Dor pélvica crônica – DIP pode levar à dor pélvica de longa duração.

 

Quem tem maior risco de DIP?

A DIP pode ocorrer em qualquer idade, em mulheres que são sexualmente ativas. É mais comum entre as mulheres jovens: as mulheres com menos de 25 anos estão mais propensas a desenvolver DIP, mas a doença também afeta consideravelmente mulheres até os 40 anos. Os seguintes fatores de risco também aumentam as chances de desenvolver DIP:

  • Mulheres com doenças sexualmente transmissíveis, na maioria das vezes gonorreia ou clamídia;
  • Mulheres com múltiplos parceiros sexuais (quanto mais parceiros, maior o risco);
  • Um parceiro sexual que tem relações sexuais com outras pessoas;
  • História pregressa de DIP;

Algumas pesquisas sugerem que as mulheres que usam ducha íntima frequentemente possuem maior risco de DIP. A ducha íntima pode tornar mais fácil o crescimento das bactérias e também pode empurrá-las para cima, na direção do útero e das trompas de Falópio. Por estas e outras razões, a ducha íntima não é recomendada.

Quais são os sintomas da DIP?

Algumas mulheres com DIP têm apenas sintomas leves ou podem não apresentar sintomas. Como os sintomas podem ser vagos, muitos casos não são reconhecidos por mulheres ou seus ginecologistas ou outros profissionais de saúde. Os sinais e sintomas de DIP mais comuns são:

  • Corrimento vaginal anormal
  • Dor no abdômen inferior (muitas vezes uma dor leve)
  • Dor no abdômen superior direito
  • Sangramento menstrual anormal
  • Febre e calafrios
  • Dor ao urinar
  • Náusea e vomito
  • Relações sexuais dolorosas

Ter um destes sinais ou sintomas não significa que você tem DIP. Pode ser um sinal de outro problema, como apendicite ou gravidez ectópica. Você deve procurar seu ginecologista se tem algum destes sinais ou sintomas.

Como a DIP é diagnosticada?

Para saber se você tem DIP, o seu ginecologista vai começar por perguntar sobre seu histórico médico, incluindo seus hábitos sexuais, método de controle de natalidade e os sintomas. Se você tiver sintomas de DIP, você precisará ter um exame pélvico. Este exame pode mostrar se os seus órgãos reprodutivos estão bem. Uma amostra de fluido do colo do útero será tomada e testada para gonorreia e clamídia. Exames de sangue também podem ser pedidos.

O seu ginecologista pode pedir outros exames ou procedimentos. Eles podem incluir ultrassonografia, biópsia do endométrio e, em alguns casos, a laparoscopia.

Como é tratada a DIP?

A DIP pode ser tratada. No entanto, o tratamento da doença não pode inverter a cicatrização causada pela infecção. Quanto mais tempo se passar sem que a infecção seja tratada, maior é o risco de problemas a longo prazo, como a infertilidade.

O primeiro tratamento para a DIP é com antibióticos. A ação de antibióticos por si só geralmente pode eliminar a infecção. Dois ou mais antibióticos podem ser prescritos. Pode ser agendada uma visita de acompanhamento de 2 a 3 dias após o tratamento para verificar o seu progresso. Às vezes, os sintomas desaparecem antes que a infecção seja curada. Mesmo que aconteça isso, você ainda deve tomar todo o medicamento durante o tempo que foi prescrito.

Algumas mulheres podem precisar de tratamento hospitalar. A hospitalização pode ser recomendada para mulheres que

  • Não têm um diagnóstico claro
  • Estão grávidas
  • Devem tomar antibióticos por via intravenosa
  • Estão gravemente doentes
  • Apresentam náuseas e vómitos
  • Apresentam febre alta
  • Apresentam abcesso na trompa de Falópio ou nos ovários

Em certas situações, como quando um abcesso é encontrado, pode ser necessária a cirurgia.

Os parceiros sexuais da mulher também devem ser tratados. As mulheres com DIP podem ter parceiros que têm gonorreia ou clamídia. Uma pessoa pode ter estas doenças sexualmente transmissíveis, mesmo sem apresentar sinais das doenças.

Como a DIP pode ser evitada?

Para ajudar a evitar a DIP, são importantes as seguintes medidas preventivas:

  • Usar preservativos sempre que tiver relação sexual para prevenir DSTs. Use preservativos mesmo se você usar outros métodos de controle de natalidade.
  • Ter relações sexuais apenas com um parceiro que não tem uma DST e que só tem sexo com você.
  • Limitar o número de parceiros sexuais. Se você ou seu parceiro tem tido outros parceiros, o risco de contrair uma DST é maior.

 

Fonte: ACOG (American Congresso of Obstetricians and Gynecologists).

 

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