Notícia

Doença do olho seco altera a forma como a córnea do olho cura após lesão

Laboratório do Dr. Rajendra S. Apte, Universidade de Washington em St. Louis

Fonte

Escola de Medicina da Universidade de Washington em St. Louis

Data

quarta-feira, 4 janeiro 2023 20:40

Áreas

Biologia. Engenharia Biológica. Medicina. Microbiologia. Oftalmologia.

Pessoas com uma condição conhecida como doença do olho seco são mais propensas do que aquelas com olhos saudáveis a sofrer lesões em suas córneas. Estudando camundongos, pesquisadores da Escola de Medicina da Universidade de Washington em St. Louis, nos Estados Unidos, descobriram que proteínas produzidas por células-tronco que regeneram a córnea podem ser novos alvos para tratar e prevenir tais lesões.

O estudo foi publicado na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).

A doença do olho seco ocorre quando o olho não consegue fornecer lubrificação adequada com lágrimas naturais. As pessoas com o distúrbio comum usam vários tipos de colírios para substituir as lágrimas naturais ausentes e manter os olhos lubrificados, mas quando os olhos estão secos, a córnea fica mais suscetível a lesões.

“Temos medicamentos, mas eles só funcionam bem em cerca de 10% a 15% dos pacientes”, disse o Dr. Rajendra S. Apte, pesquisador sênior e professor do Departamento de Oftalmologia e Ciências Visuais da Universidade de Washington. “Neste estudo envolvendo genes fundamentais para a saúde ocular, identificamos potenciais alvos para tratamento que aparecem de forma diferente em olhos secos e em olhos saudáveis. Dezenas de milhões de pessoas em todo o mundo – com cerca de 15 milhões apenas nos Estados Unidos – sofrem de dor ocular e visão turva como resultado de complicações e lesões associadas à doença do olho seco e, ao direcionar essas proteínas, podemos ser capazes de tratar com mais sucesso ou mesmo prevenir essas lesões.”

Os pesquisadores analisaram genes expressos pela córnea em vários modelos de camundongos – não apenas da doença do olho seco, mas também de diabetes e outras condições. Eles descobriram que em camundongos com doença do olho seco, a córnea ativava a expressão do gene SPARC. Eles também descobriram que níveis mais altos de proteína SPARC foram associados a uma melhor cicatrização.

“Realizamos o sequenciamento de RNA de célula única para identificar genes importantes para manter a saúde da córnea e acreditamos que alguns deles, particularmente o SPARC, podem fornecer alvos terapêuticos potenciais para o tratamento de olho seco e lesões na córnea”, disse Joseph B. Lin, doutorando no laboratório do professor Rajendra Apte.

“Essas células-tronco são importantes e resilientes e uma das principais razões pelas quais o transplante de córnea funciona tão bem. Se as proteínas que identificamos não funcionarem como terapias para ativar essas células em pessoas com síndrome do olho seco, podemos até mesmo transplantar células-tronco límbicas projetadas para prevenir lesões na córnea em pacientes com olhos secos”, concluiu o Dr. Rajendra Apte.

Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Escola de Medicina da Universidade de Washington em St. Louis (em inglês).

Fonte: Jim Dryden, Escola de Medicina da Universidade de Washington em St. Louis. Imagem: Ao rastrear os movimentos das células-tronco (em verde fluorescente) em um olho de camundongo, os pesquisadores conseguiram rastrear as células à medida que se diferenciavam em células da córnea e migravam para o centro da córnea, fornecendo pistas sobre como as células funcionam para ajudar na cura das lesões da córnea. Fonte: Laboratório do Dr. Rajendra S. Apte, Universidade de Washington em St. Louis.

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