Notícia
Dispositivo portátil poderá ajudar pessoas com deficiência visual nas compras
Pesquisadores tentam criar dispositivo que possa interpretar uma cena visual complexa tão bem quanto o cérebro
Divulgação
Fonte
Universidade Estadual da Pensilvânia
Data
sábado, 24 junho 2017 18:20
Áreas
Bioeletrônica. Neurologia. Neurociência. Engenharia Biomédica. Inclusão Social.
Para as pessoas que são cegas ou têm uma visão limitada, uma simples ida ao supermercado pode ser uma tarefa bastante complicada. “Você sempre tem que encontrar alguém na loja para ajudá-lo”, diz Michelle McManus, consultora de TI da Universidade Estadual da Pensilvânia (Penn State), nos Estados Unidos. “Então você precisa explicar exatamente o que deseja, para alguém te auxiliar”.
Pesquisadores da Penn State estão tentando ajudar as pessoas com deficiência visual a viver de forma mais independente. Eles estão criando dispositivos que podem interpretar uma cena visual complexa, tanto quanto o cérebro humano. Estão fazendo máquinas que podem realmente “ver”.
Visão ambiciosa
Este trabalho faz parte do Projeto “Visual Cortex on Silicon”, um esforço concentrado que abrange campos de pesquisa que vão desde o design de materiais até circuitos cerebrais e inclui cerca de 50 pesquisadores, desde estudantes de graduação até cientistas com muita experiência, da Penn State e também de outras sete instituições. A pesquisa está em andamento em muitas frentes ao mesmo tempo, com novas descobertas de cada área que dão luz sobre os problemas de outras áreas. O que os neurocientistas aprendem sobre a arquitetura do córtex visual dos mamíferos ajuda os cientistas da computação a projetar circuitos que refletem a maneira como o cérebro funciona.
Em 2013, o projeto ganhou um prêmio “Expedições em computação” de 10 milhões de dólares da Fundação Nacional para a Ciência dos Estados Unidos. O projeto é liderado pelo cientista da Penn State, Dr. Vijay Narayanan, especialista em projetos colaborativos complexos.
O nome formal do projeto refere-se ao objetivo de criar um sistema eletrônico digital baseado em silício que funcione como o córtex visual humano, a parte do nosso cérebro que processa e interpreta a informação visual.
O projeto também tem um nome informal, “Terceiro Olho”, inspirado pelo deus Hindu Shiva, cujo terceiro olho enche o universo com bondade e dispara para eliminar o mal. O nome se adequa aos objetivos metafóricos e práticos do projeto: se for bem sucedido, o projeto fornecerá às pessoas que utilizarão o dispositivo informações visuais adicionais, muitas vezes aprimoradas, que tornarão suas vidas mais fáceis e seguras.
Imagem: Quando o sistema de visão reconhece um item que o comprador deseja, faz vibrar diferentes áreas da luva para direcionar a mão do comprador para esse item. Fonte: Patrick Mansell, Penn State.
Vendo, comprando, aprendendo
O Projeto “Visual Cortex on Silicon” aborda três “domínios” ou usos finais, cada um dos quais melhorará a visão humana de maneiras particulares. Third Eye-AR (Realidade Aumentada) e Third Eye-DA (Ajuda ao Motorista), que ajudará no reconhecimento de objetos e pessoas em uma variedade de configurações, incluindo ruas movimentadas e espaços urbanos. A maior parte do esforço da equipe em seu primeiro ano entrou no terceiro domínio, Third Eye-VI, onde o objetivo é desenvolver um sistema acoplado a um dispositivo portátil que ajude as pessoas com deficiência visual a fazer suas compras.
Em que prestar atenção?
Um grande desafio em todos os três domínios é criar um sistema que saiba em que prestar atenção dentro de um campo visual lotado. O córtex visual humano tem dois modos gerais de atenção, diz o Dr. Narayanan. O modo “de baixo para cima” é parecido com a navegação, onde tomamos a cena sem procurar um item específico – até que algo atinja nossa atenção porque se destaca do entorno, como um rosto que reconhecemos em uma multidão ou um objeto específico na prateleira de um supermercado. No modo “de cima para baixo”, estamos à procura de um item específico e nossos olhos são atraídos para coisas ou qualidades (tamanho, cor, forma) que conhecemos.
Os cientistas do projeto estão tentando criar um sistema de visão de máquina que possa operar em ambos os modos ou combinar os dois, dependendo da situação. Seu principal desafio é como obter o sistema para lidar com uma cena complexa. Há vários anos, os sistemas eletrônicos de imagem conseguiram apontar rostos e pedaços de texto em uma cena – a menos que a cena esteja muito desordenada. Precisamos de um sistema que possa dirigir sua atenção para objetos significativos em meio a uma mistura de itens irrelevantes, como faz o sistema visual humano.
Leia a matéria completa na página da Universidade Estadual da Pensilvânia (em inglês).
Fonte: Cherie Winner, Universidade Estadual da Pensilvânia. Imagem: Divulgação.
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