Notícia

Dispositivo flexível faz detecção elétrica de feridas

Placa verifica estágio da cicatrização e se há necessidade de medicamento

Divulgação, IFSC-USP

Fonte

USP

Data

terça-feira, 7 abril 2015 08:15

Áreas

Bioeletrônica.

Pesquisa do Instituto de Física de São Carlos (IFSC) da USP desenvolveu uma placa de circuito flexível inovadora, descartável, impressa e transparente (o que facilita sua aplicação), a qual permite analisar de forma quantitativa o estágio da cicatrização de feridas e verificar se há a necessidade de medicamento. O dispositivo é indicado principalmente em casos de úlceras de pressão, situações complexas comuns em idosos e pacientes que ficam acamados durante um longo período.

“A placa entra em contato com a ferida, então buscamos fabricar uma versão impressa por jato-de-tinta que fosse flexível e menos agressiva”, explica o Prof. Dr. Felippe Pavinatto, um dos pesquisadores responsáveis por esse trabalho.
A pesquisa deu origem a um artigo publicado na Nature Communications e coescrito pelo Dr. Felippe, pesquisador do IFSC, em parceria com especialistas da Universidade da Califórnia, em Berkeley, Estados Unidos, relatando o desenvolvimento da citada placa de circuito flexível, capaz de detectar eletricamente as feridas na pele, inclusive aquelas que ainda não são visíveis.

O monitoramento do perfil elétrico possibilita a análise da saúde da pele, o que é bastante relevante, tendo em vista que as feridas refletem danos ao tecido antes mesmo de se tornarem visíveis. No caso das úlceras de pressão, por exemplo, o sistema permite que elas sejam detectadas ainda num estágio inicial (reversível) e evitadas, trocando o paciente de posição no momento adequado, de acordo com o grau da ferida. Os testes com a nova metodologia já foram realizados em ratos e o próximo passo é testar o sistema inovador na pele humana.

Tal estudo foi desenvolvido durante a realização do pós-doutorado de Felippe nos grupos de pesquisa dos professores Michel Maharbiz e Ana Claudia Arias, da Universidade da Califórnia, em Berkeley. De acordo com o Dr. Felippe, a pesquisa que resultou na fabricação da placa flexível durou aproximadamente um ano.

Integração
Agora, os pesquisadores dos Estados Unidos já estão trabalhando no patenteamento da nova metodologia, sendo que a placa deverá ser integrada em outros dispositivos médicos já utilizados, contribuindo, por exemplo, com pacientes que possuem feridas crônicas e que necessitam da utilização de uma esponja para limpar a região afetada: “A nova placa será possivelmente inserida nessa esponja, para que se possa fazer um monitoramento online da cicatrização da ferida”, diz ele.

Com a fabricação finalizada do dispositivo flexível, o Dr. Felippe Pavinatto já está trabalhando em uma nova vertente dessa pesquisa, junto com os colegas pesquisadores de Berkeley. Desta vez, o objetivo principal é desenvolver uma versão absorvível do sistema para aplicações internas, ou seja, uma versão que possa ser implantada dentro do corpo do paciente, para que seja possível monitorar a cicatrização das feridas internas. “Queremos que o corpo absorva os materiais dessa placa após alguns meses, depois que ela já desempenhou sua função”, explica ele, acrescentando que, para isso, é necessário encontrar materiais bioabsorvíveis, tais como tinta e substrato — que atuarão como o “plástico” do instrumento.

Após descobrir o substrato adequado, Pavinatto e os pesquisadores norte-americanos pretendem acoplar baterias e um transmissor wireless no dispositivo, para que seja viável a comunicação com esse sistema, sem a necessidade de realizar um processo invasivo. “A placa será controlada remotamente por um sistema fora do corpo do paciente”, conclui.

No âmbito do referido trabalho, o Dr. Felippe Pavinatto já está estudando as possibilidades de aplicar biossensores impressos em uma pesquisa realizada pelo docente do IFSC, Prof. Dr. Osvaldo Novais de Oliveira Junior, cujo objetivo é diagnosticar precocemente o câncer. Pavinatto tem mantido contato frequente com o professor Oliveira para avaliar as chances de associar os biossensores, via impressão, às metodologias desenvolvidas pelo grupo do docente. Além disso, em breve, o jovem pesquisador deverá visitar o Hospital de Câncer de Barretos, no interior de São Paulo, onde conversará com médicos e analisará algumas oportunidades para, talvez, criar uma parceria, consolidando esse novo trabalho, aproveitando as interações já estabelecidas com o hospital.

Fonte: Rui Sintra, Assessoria de Comunicação do IFSC-USP e Agência USP

Em suas publicações, o Portal Tech4Health da Rede T4H tem o único objetivo de divulgação científica, tecnológica ou de informações comerciais para disseminar conhecimento. Nenhuma publicação do Portal Tech4Health tem o objetivo de aconselhamento, diagnóstico, tratamento médico ou de substituição de qualquer profissional da área da saúde. Consulte sempre um profissional de saúde qualificado para a devida orientação, medicação ou tratamento, que seja compatível com suas necessidades específicas.

Os comentários constituem um espaço importante para a livre manifestação dos usuários, desde que cadastrados no Portal Tech4Health e que respeitem os Termos e Condições de Uso. Portanto, cada comentário é de responsabilidade exclusiva do usuário que o assina, não representando a opinião do Portal Tech4Health, que pode retirar, sem prévio aviso, comentários postados que não estejam de acordo com estas regras.

Leia também

2025 tech4health t4h | Notícias, Conteúdos e Rede Profissional em Saúde e Tecnologias

Entre em Contato

Enviando
ou

Fazer login com suas credenciais

ou    

Esqueceu sua senha?

ou

Create Account