Notícia
Dislipidemia: excesso de gorduras no sangue eleva risco de doenças coronarianas
Doença aumenta risco de infarto e derrame
Shutterstock
Fonte
SBEM, Annals of Internal Medicine, Circulation e Arquivos Brasileiros de Cardiologia
Data
sexta-feira, 26 fevereiro 2016 14:05
Áreas
Cardiologia. Metabolismo.
A dislipidemia é caracterizada pela presença de níveis elevados de lipídios (gorduras) no sangue. Colesterol e triglicérides estão incluídos nessas gorduras, que são importantes para que o corpo funcione. No entanto, quando em excesso, colocam as pessoas em alto risco de infarto e derrame.
Confira, abaixo, as 10 coisas que você precisa saber sobre dislipidemia, segundo a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM):
- Nos dias atuais – onde predominam o sedentarismo; alimentação rica e abundante em gordura e açúcar livre; a obesidade; o estresse; e o tabagismo – os estudos têm mostrado que as placas de gordura nas artérias (circulação) começam muito cedo. A estimativa é a de que, aos 20 anos, cerca de 20% das pessoas estarão afetadas de alguma forma. Assim, os eventos finais deste processo, infarto e derrame, são as maiores causas de mortalidade.
- O risco de aterosclerose coronariana aumenta, significativamente, em pessoas com níveis de colesterol total e LDL acima dos patamares da normalidade. Para colesterol HDL, a relação é inversa: quanto mais elevado seu valor, menor o risco.
- Níveis de colesterol HDL maiores do que 60 mg/dl caracterizam um fator protetor. Já os níveis de triglicérides maiores do que 150 mg/dl elevam o risco de doença aterosclerótica coronariana.
- Algumas formas de dislipidemia também podem predispor à pancreatite aguda.
- Existem as dislipidemias primárias e as secundárias. As primárias são de causa genética.
- As secundárias podem ser provenientes de outros quadros patológicos, como o diabetes, por exemplo, e também podem ser originadas por medicamentos – diuréticos, betabloqueadores e corticosteróides – tomados devido a problemas como o hipertiroidismo e a insuficiência renal crônica ou ainda em situações como o alcoolismo e uso de altas doses de anabolizantes.
- O diagnóstico da dislipidemia é feito, laboratorialmente, medindo-se os níveis plasmáticos de colesterol total, LDL, HDL e triglicérides.
- A obesidade tem influência significativa no metabolismo lipídico e deve ser encarada como importante fator na sua interpretação e tratamento.
- Pessoas com diabetes tipo 2 têm maior prevalência de alterações do metabolismo dos lipídios. Assim, o tratamento da dislipidemia nesses pacientes pode reduzir a incidência de eventos coronários fatais, entre outras manifestações de morbimortalidade cardiovascular.
- Uma dieta hipocalórica, pobre em ácidos graxos saturados e colesterol, é fundamental para o tratamento da dislipidemia. A atividade física moderada, realizada durante 30 minutos, pelo menos quatro vezes por semana, auxilia na perda de peso e na redução dos níveis de colesterol e triglicérides. Mesmo assim, ainda pode ser necessária a administração de medicamentos.
Novos estudos não desafiam as diretrizes estabelecidas
Em artigo publicado em fevereiro de 2016 na revista científica “Annals of Internal Medicine”, pesquisadores americanos da Universidade de Michigan e colegas afirmam que estudos recentes sobre a dislipidemia não são contrários às diretrizes estabelecidas pelo American College of Cardiology e a American Heart Association (ACC/AHA). Basicamente, as diretrizes americanas recomendam que a terapia de estatinas tenha como referência o risco cardiovascular, em vez de ter como alvo um baixo nível de colesterol LDL (o chamado colesterol “ruim”). Por outro lado, os pesquisadores sugerem que o “risco cardiovascular” não seja avaliado apenas com base em medidas isoladas, mas sim em uma avaliação global da saúde e do histórico do paciente.
Acesse a V Diretriz Brasileira de Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose (2013).
Fonte: SBEM, Annals of Internal Medicine, Circulation e Arquivos Brasileiros de Cardiologia. Imagem: Shutterstock.
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