Notícia

Digitar sem usar mãos ou braços: pesquisadores testam uso da atividade cerebral

Divulgação

Fonte

Universidade Radboud

Data

quarta-feira, 19 julho 2017 12:00

Áreas

Bioeletrônica. Bioinformática. Inteligência Artificial. Comunicação.

Digitando sem usar as mãos. Parece impossível, mas já existe um protótipo físico desenvolvido por pesquisadores da Universidade de Radboud, na Holanda. A tecnologia pode ser usada para digitar palavras sem usar as mãos ou braços, mas digitando com sua atividade cerebral.

O protótipo, que é uma interface cérebro-computador (BCI, “brain-computer interface”, em inglês), permite controlar um computador, um tablet ou um robô usando apenas a atividade cerebral. Os cientistas da Universidade Radboud, especializados no desenvolvimento e otimização de BCIs, farão uma apresentação do protótipo no próximo mês de agosto no Lowlands Science, que faz parte do festival de música Lowlands e acontece na Holanda.

Com o uso de eletrodos de eletroencefalograma (EEG) que medem a atividade cerebral, a pessoa que ”veste” o protótipo vê as letras do alfabeto em uma tela de computador. Cada letra na tela pisca em um ritmo específico. Dependendo de qual letra a pessoa olha, seu cérebro reagirá de maneira específica. A técnica mede a reação do seu cérebro e seleciona a letra que a pessoa está focando com base nessas medidas.

“Isso significa que você pode usar nossa técnica para digitar palavras ou mesmo histórias inteiras”, explica a Dra. Ceci Verbaarschot. “É exatamente isso que estamos planejando para o festival Lowlands. Cada participante consegue digitar algumas palavras que escolhe. Você pode ver as palavras que a pessoa escolheu antes dela escrever, permitindo aos participantes escrever uma história juntos”, afirma a pesquisadora.

A base da técnica

“O princípio básico de nossa técnica é que o cérebro reage de forma muito específica a diferentes padrões de sinais luminosos. Você pode combinar padrões destes sinais com letras em uma tela de computador, como fazemos neste BCI. Você também pode vincular um padrão de sinais luminosos aos interruptores de luz em sua casa, por exemplo. Desta forma, você pode ligar ou desligar as luzes apenas olhando o botão. Ou, você pode pressionar um botão de alarme da cama do hospital sem ter que se mover“, explica a Dra. Ceci sobre as possibilidades futuras da técnica.

Solução para pessoas com problemas de comunicação

Pessoas com vários tipos de limitação muscular ou paralisia, por exemplo, podem se beneficiar desta técnica. “No final, queremos oferecer às pessoas com problemas de comunicação uma técnica que lhes permita se comunicar sem usar sua voz ou músculos. É por isso que é importante criar uma BCI que seja tão robusta e rápida quanto possível, para que ela realmente beneficie o paciente”, diz o Dr. Peter Desain, professor de Inteligência Artificial da Universidade de Radboud e inventor do método. “Vamos tornar nossos resultados científicos acessíveis através da empresa spin-off MindAffect. Apesar dos avanços, ainda não existe uma cura para pacientes com esclerose lateral amiotrófica. Mas talvez possamos tornar os estágios finais de suas vidas um pouco menos solitários, permitindo que eles continuem se comunicando com sua família, amigos e cuidadores”, conclui o pesquisador.

Fonte: Universidade Radboud. Imagem: Divulgação.

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