Notícia

Desenvolvimento da linguagem em bebês e crianças

Plataforma ensina como pais podem ajudar. Linguagem gestual dos bebês é complexa

Wikimedia Commons

Fonte

Agência Brasil, Porvir e Fundação Maria Cecília Souto Vidigal

Data

segunda-feira, 25 janeiro 2016 18:55

Áreas

Pediatria. Fonoaudiologia.

Você sabia que as crianças já estão aprendendo comunicação antes mesmo do nascimento? Pensando em uma forma de promover o desenvolvimento da linguagem durante a primeira infância, o Laboratório de Educação, ONG que propõe reflexão e criação de conteúdo que incentiva o pensamento crítico sobre educação, desenvolveu o projeto Aprender Linguagem.

Trata-se de uma plataforma gratuita, disponível em português e espanhol, que serve como guia sobre os processos de aquisição da linguagem. O conteúdo é direcionado a pais, mães, responsáveis, professores ou qualquer pessoa que conviva com crianças de até cinco anos. Segundo a Dra. Beatriz Cardoso, diretora executiva do Laboratório de Educação, a ideia com a criação do guia é produzir conhecimento aplicado e mudar as práticas dos adultos que lidam com os pequenos. “É muito difícil entender o processo de aquisição da linguagem de uma criança porque esse é muito complexo e sofisticado. Com o guia Aprender Linguagem, nós procuramos trazer o conhecimento científico de forma acessível para influenciar a prática dessas pessoas que cuidam das crianças”.

A equipe por trás do projeto, liderada pela Profa. Dra. Ana Teberosky, da Universidade de Barcelona, começou a montar, em 2013, um banco de dados com pesquisas de diversos países sobre aquisição de linguagem. Depois, cruzaram as informações obtidas com levantamentos da linguística, psicologia e da educação, uma vez que, segundo a Dra. Beatriz, o processo de aquisição da fala é conectado a inúmeras áreas do conhecimento.

Dentro da plataforma, o conteúdo foi dividido em quatro personagens, que representam diferentes idades de desenvolvimento das crianças. Pedro foi escolhido para retratar os pequenos de até um ano e meio de idade. Clenice representa crianças de um ano e meio a três anos. O responsável pelo intervalo de 3 a 4 anos é Nelson. E finalmente Ruth, a mais velha, representa crianças de 4 a 5 anos. Segundo Beatriz, essa configuração foi escolhida para tornar a narrativa possível para os responsáveis. “Quem tem um bebê precisa entrar aos poucos no assunto, não vai querer saber tudo de uma vez. É preciso organizar a narrativa para que a pessoa se localize”.

Ao clicar na janela de cada personagem, estão quatro itens que variam entre: interação, fonética e fonologia, vocabulário, gramática, discurso e língua escrita. A partir daí, os interessados podem escolher por qual tema se interessam mais. Em cada subdivisão, o guia traz as dúvidas mais comuns dos responsáveis e logo em seguida traz a opinião dos especialistas, esclarecendo os questionamentos. Por exemplo, dentro da janela do Pedro, na parte interação entre mãe e filho, está a colocação hipotética: “Eu li que o bebê deve estar tranquilo enquanto come”, seguida da opinião do especialista: “É verdade, mas é sempre bom que o bebê escute a voz da mãe e que ela se comunique com ele nesse momento”.

Os exemplos práticos foram pensados justamente para influenciar a rotina das pessoas que lidam com as crianças. “A aquisição da linguagem, principalmente nessa faixa etária, acontece todo dia, a todo momento, no mais básico ato do cotidiano. Se eu como adulto que me relaciono com a criança entendo isso, tenho mais oportunidade de influenciar no desenvolvimento da linguagem”, defende a Dra. Beatriz.

Aprenda a interpretar a linguagem gestual dos bebês

Bebês fazem caretas, contorcem-se, balbuciam, chutam. Tudo isso são maneiras de comunicar sensações, sentimentos ou, até mesmo, de dizer que algo não está bem. Segundo a Fundação Maria Cecília Souto Vidigal, cada movimento dos bebês pode ter um significado:

  1. Bater a cabeça no berço – tudo indica que os bebês fazem isso para se acalmar. Os pais devem mostrar que essa atitude pode machucá-los e ensinar outra forma de relaxar. Uma vez ou outra, essa ação não é problema. Mas se a criança faz isso sempre, é melhor procurar um especialista para entender o que está acontecendo.
  2. Puxar as próprias orelhas – há bebês que dão puxões tão fortes que parece que vão arrancar as orelhas. Muitos pais acham que a criança está com dor de ouvido. Na verdade ela está encantada porque descobriu uma nova parte de seu corpo. No entanto, se os puxões coincidirem com o nascimento dos primeiros dentes, podem ser sinal de muito incômodo. Oferecer mordedores adequados ajuda o bebê a aliviar a dor.
  3. Punhos cerrados – ficar com as mãos fechadas é algo comum entre os recém-nascidos, que ainda não desenvolveram totalmente o cérebro. Abrir e fechar a mão, mexer os dedos são ações que requerem mais maturidade do sistema nervoso. Por volta de oito semanas, o bebê já começa a fazer os movimentos. Se os punhos cerrados continuarem por mais tempo, pode ser sinal de fome ou estresse. Caso a criança mantenha essa conduta depois dos três meses, vale consultar o pediatra para saber o que está acontecendo.
  4. Chutes ao vento – chutar o ar, sorrindo, significa que o bebê está contente, animado, cheio de energia. Mas se ele estiver irritado ou chorando, é bom verificar se a fralda está suja ou se a barriguinha está com muitos gases. Neste caso, massagem suave pode ajudar.
  5. Joelhos flexionados – talvez o bebê esteja com gases ou com o intestino preso. Se for a primeira opção, massagem ajuda. No caso da segunda, é bom consultar o pediatra para saber o que fazer.
  6. Costas arqueadas – o bebê está comendo e joga as costas para trás, chorando ou cuspindo a comida. Pode ser refluxo. Persistindo o problema, melhor conversar com o especialista. Se o bebê se joga para trás, mas não está se alimentando, talvez sinta-se desconfortável e precise ser melhor acomodado à cadeira ou à superfície onde está sentado.
  7. Braços abertos – do nada, o bebê abre os braços e fica assim por um bom tempo. Ele pode estar dizendo que se sente inseguro, sem suporte, com medo de cair. Acalme-o, mostrando-lhe que está protegido.

 

Fonte: Agência Brasil, Maria Victória Oliveira (Porvir) e Fundação Maria Cecília Souto Vidigal. Imagem: Wikimedia Commons.

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