Notícia

Derivado da aspirina inibe proteína que pode estar associada a tumores

Pesquisa indica possível novo alvo de ação de um dos antitérmicos, anti-inflamatórios e analgésicos mais consumidos no mundo

Foca Lisboa, UFMG

Fonte

UFMG | Universidade Federal de Minas Gerais

Data

quarta-feira, 11 julho 2018 14:20

Áreas

Farmácia. Farmacologia.

Presente na organela celular retículo endoplasmático, a proteína ATF6alfa é sensível à ação do salicilato de sódio (NaSal), um derivado da aspirina. A descoberta, relatada em tese defendida no Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais (ICB-UFMG), indica novo alvo terapêutico para um dos analgésicos, antitérmicos e anti-inflamatórios mais utilizados no mundo e abre caminho para novas investigações do seu uso sobre a resposta celular a proteínas mal dobradas, fenômeno que pode estar associado ao desenvolvimento de tumores. As linhas gerais do estudo estão descritas na reportagem de capa da edição 2.023 do Boletim UFMG.

“Alguns estudos sugerem que a ATF6alfa está relacionada ao desenvolvimento e à progressão de alguns tipos de tumores. Por isso, é promissora a constatação de que um medicamento amplamente consumido e estudado tem ação sobre ela”, explica a Dra. Fernanda Lins Brandão Mügge, autora do trabalho. As proteínas mal dobradas causam o chamado estresse do retículo endoplasmático, em situações como falta de oxigênio ou de nutrientes, além de infecções virais e doenças genéticas. A má-formação resulta na ativação de três proteínas – Perk, IRE1 e ATF6alfa. Nos testes em laboratório, o salicilato de sódio inibiu a ativação e função de ATF6alfa, impedindo sua atuação no interior das células.

Segundo a pesquisadora, o estabelecimento de nova conexão entre os efeitos dos salicilatos e uma via da resposta a proteínas mal dobradas contribui para o entendimento dos efeitos biológicos dessa classe de fármacos e pode auxiliar na compreensão do mecanismo pelo qual o tratamento prolongado com aspirina resulta na prevenção do desenvolvimento de tumores em diferentes tecidos. “É um achado importantíssimo”, comemora o orientador do trabalho, Prof. Dr. Aristóbolo Mendes da Silva, do ICB-UFMG, lembrando que há uma infinidade de estudos à procura de alvos para diversas moléculas.

“Digamos que nos próximos anos haja a confirmação de que a ATF6alfa esteja associada ao mau prognóstico de câncer. O fato de sabermos que essa proteína é inibida pela aspirina traz muitas vantagens. Em primeiro lugar, seria possível desenvolver protocolo terapêutico em associação com outros fármacos. Além disso, o acesso ao tratamento seria em princípio facilitado, devido ao baixo custo”, afirmou o pesquisador.

Acesse a notícia completa na página da UFMG.

Fonte: Ana Rita Araújo, UFMG. Imagem: Foca Lisboa, UFMG.

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