Notícia
Depressão em estudantes da área da saúde
Pesquisa analisa relação entre ingresso no ensino superior e sintomas depressivos em estudantes da área da saúde
Pixabay
Fonte
Fapeam
Data
sexta-feira, 17 fevereiro 2017 11:40
Áreas
Psicologia. Psicopedagogia. Ensino Superior.
Uma pesquisa científica desenvolvida com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) tem como objetivo analisar em que medida o apoio social recebido da família e dos seus pares afeta a integração ao contexto universitário e a incidência de sintomas depressivos em estudantes de áreas da saúde. O estudo está sendo realizado com a participação de alunos que cursam o primeiro ano da graduação na Universidade do Estado do Amazonas (UEA), nas áreas de medicina, enfermagem e odontologia.
Intitulado “Apoio Social Percebido e Avaliação de Sintomas Depressivos em Estudantes Universitários da Área da Saúde no Amazonas”, o trabalho é desenvolvido no âmbito do Programa Universal de apoio à pesquisa, que financia atividades de pesquisa científica, tecnológica e de inovação, em todas as áreas de conhecimento, que representem contribuição significativa para o desenvolvimento do Estado do Amazonas.
A coordenadora da pesquisa, a psicóloga Sônia Lemos, disse que no momento a pesquisa está em fase de análise dos dados colhidos da primeira amostra, composta de 90 estudantes. “É importante ressaltar que os dados preliminares mostram a relação existente entre a satisfação com o apoio social percebido e a identificação de algum tipo de sintoma depressivo”, explica a pesquisadora..
A pesquisa teve início no ano de 2016 e tem previsão para concluir os resultados no segundo semestre de 2017. No estudo são utilizados alguns instrumentos para a coleta de informações, dentre eles o Inventário de Depressão de Beck (BDI) e o Questionário de Suporte Social (SSQ), adaptado e validado para a realidade brasileira por Matsukura, Maturano e Oishi.
Com o levantamento e a identificação dessas questões, a pesquisadora informa que é possível contribuir para encontrar estratégias que possibilitem a melhor integração do aluno na universidade e assim minimizar o desenvolvimento de sintomas depressivos.
“Vamos fazer uma segunda amostra, onde iremos ampliar esse trabalho, até para termos outros dados que julgamos importantes. Após isso vamos fazer uma análise mais profunda. Para a universidade esses resultados são importantes, pois além de conhecer sua população acadêmica, ela também pode desenvolver estratégias que auxiliem nesse processo de integração ao ensino superior. Para sociedade o ganho maior é ter profissionais que estejam cada vez mais preparados para atuar”, disse.
Sônia Lemos disse que o objetivo de estudar a fundo a temática do ensino superior teve como base estudos relacionados à taxa de abandono dos cursos de graduação, uma questão que precisa ser problematizada pelo ensino superior no Brasil. A pesquisadora explicou que o trabalho possibilita entender melhor a dinâmica do acadêmico com a universidade, por exemplo: o ingresso no ensino superior se apresenta como um momento de grande importância na vida dos indivíduos, pois se reveste de mudanças significativas no modo de perceber e lidar com a realidade, além das expectativas de melhoria na qualidade de vida.
”Na realidade da UEA, esses aspectos são fundamentais uma vez que os graduandos são da capital e do interior do Estado e precisam se apropriar de uma dinâmica que até então não fazia parte do seu cotidiano. Nessa perspectiva é que queremos entender como o apoio social percebido pode auxiliar na integração do sujeito a universidade, e se incide ou não no desenvolvimento de sintomas depressivos, neste momento da vida”, explicou a pesquisadora.
Doutoranda em Saúde Coletiva pela UEA e Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Sônia Lemos conta que o ingresso na universidade exige que a pessoa tenha outra inserção na obtenção do conhecimento, seja muito mais ativa, autônoma e tenha maior iniciativa na sua aprendizagem. Porém, essa mudança traz alguns desafios como o de morar em outra cidade, se apropriar de um espaço diferente de construção do conhecimento e se relacionar com pessoas diferentes daquelas do seu círculo de amigos e familiares.
“Você tem a disponibilidade desses recursos, por exemplo: família, amigos, colegas, professores. De que forma esses recursos ajudam ou não a se integrar à universidade, sendo que há uma mudança nesse contexto. Você vem de um tipo de escola, muitas vezes na qual estudou a vida inteira, em que você conhece as pessoas, de repente você entra na universidade, que é um mundo novo, onde a aprendizagem é diferente, as pessoas são diferentes e o local também. Um espaço de aprendizagem que exige muito mais de você, pois implica na formação para a atuação profissional na área escolhida, que é a da saúde. Estamos formando pessoas para cuidar de pessoas” explicou a pesquisadora.
Fonte: Esterffany Martins, Agência Fapeam. Imagem: Pixabay.
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