Notícia

Depressão em adolescentes: a necessidade de novas abordagens preventivas

Pixabay

Fonte

Universidade Paris-Sul

Data

quarta-feira, 17 outubro 2018 10:50

Áreas

Medicina. Psiquiatria.

Equipes dos Hospitais de Assistência Pública de Paris (AP-HP), do Instituto Nacional de Saúde e Pesquisa Médica (INSERM) e da Universidade Paris-Sul, na França, estudaram como parte de um grupo de pesquisa internacional, as depressões chamadas de “subsindrômicas” entre jovens adolescentes, pois elas têm um alto risco de progredir para a depressão na adolescência e depois na idade adulta.

Esta pesquisa demonstra a existência de desvios da microestrutura da substância branca cerebral nos feixes pré-frontais que fornecem conexões entre as regiões do cérebro. O estudo envolveu quase 100 adolescentes com apenas alguns sintomas depressivos sem gravidade aparente e uma população controle de mais de 300 adolescentes sem sintomas, recrutados ao mesmo tempo, e foi publicado na revista científica The American Journal of Psychiatry. O estudo prevê que a identificação de adolescentes em risco poderia melhorar a prevenção da depressão.

A adolescência é um período particularmente vulnerável para o surgimento de transtornos depressivos. Episódios depressivos autênticos podem ocorrer, afetando cerca de 12% dos adolescentes, mas cerca de 20% dos adolescentes apresentarão depressões chamadas subclínicas ou subsindrômicas, ou seja, que não apresentam sintomas visíveis. Rearranjos de áreas cerebrais, como córtex cerebral e substância branca, ocorrem nessa idade, mas os fatores preditivos de transição cerebral para depressão em adolescentes não são conhecidos.

Recentemente, foram relatadas alterações na massa cinzenta pré-frontal associadas ao risco de depressão na adolescência. Equipes de pesquisa do Serviço de Psiquiatria Infantil e de Adolescentes do Hospital Pitie-Salpetriere, AP-HP, INSERM, Universidade Paris Descartes e Universidade Paris-Sul (unidades de Neuroimagem e Psiquiatria) investigaram as mudanças na substância branca subjacente aos estados emocionais subsindrômicos, comumente observados em jovens caracterizados sem transtornos psiquiátricos.

Comparando um grupo de adolescentes  com apenas alguns sintomas depressivos sem gravidade aparente (96 indivíduos) a um grupo controle (336 indivíduos), os pesquisadores demonstraram a existência de desvios da microestrutura dos feixes de substância branca pré-frontal entre adolescentes o primeiro grupo. Esses desvios referem-se a áreas geralmente envolvidas em episódios depressivos maiores e na regulação de emoções e motivação. Em detalhe, os resultados sugerem um atraso no desenvolvimento da mielina e uma maturação diferente nestes adolescentes em comparação com adolescentes controle. Além disso, a equipe de pesquisa descobriu que esses desvios têm valor preditivo individual de um diagnóstico de depressão dois anos depois.

Esses desvios do desenvolvimento normal do adolescente constituem um fator de vulnerabilidade. Por meio desses resultados, os autores incentivam o desenvolvimento de estratégias preventivas para adolescentes em risco.

Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).

Acesse a notícia na página da Universidade Paris-Sul (em inglês).

Fonte: Universidade Paris-Sul. Imagem: Pixabay.

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