Notícia

Curcumina pode ser nova aliada no combate ao câncer de cérebro

Testes com animais indicam que a substância que dá cor ao curry inibe o crescimento de tumores cerebrais

Steven Jackson, Flickr

Fonte

UFRGS

Data

domingo, 21 agosto 2016 11:10

Áreas

Oncologia. Bioquímica.

Há alguns anos, a curcumina, princípio ativo do açafrão-da-Índia (Curcuma longa) responsável pela coloração amarelo-alaranjada do curry, tem ganhado espaço nas revistas e sites voltados à saúde e ao bem-estar. Com conhecidas propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes, os benefícios atribuídos ao pigmento natural vão da redução da gordura corporal à prevenção e ao combate da Doença de Parkinson e de Alzheimer, até à inibição do crescimento de câncer cerebral.

Pesquisadores do Centro de Estudos em Estresse Oxidativo e do Laboratório de Enzimologia do Departamento de Bioquímica da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) identificaram mecanismos celulares pelos quais células cancerígenas se reproduzem e investigam o potencial da curcumina no tratamento de glioblastomas, uma espécie de tumor cerebral maligno e bastante agressivo. Testes com culturas de células (in vitro) e com animais (in vivo) apontam que a substância diminui o tamanho dos tumores e aumenta a sobrevida dos animais sem causar danos às células saudáveis.

Os pesquisadores implantaram células do tumor em 22 ratos. Metade deles recebeu o tratamento à base de curcumina dissolvida no solvente sulfóxido de dimetilo por dez dias, enquanto a outra metade, o grupo veículo, recebeu apenas o solvente. Nove dos onze ratos tratados com curcumina apresentaram diminuição no tamanho do tumor, o que não aconteceu com nenhum dos animais do grupo veículo. Além disso, não foram observados quaisquer sinais de toxicidade oxidativa ou alterações em tecidos, no metabolismo ou no sangue. “É um composto natural, efetivo e não danoso”, resume o Prof. Dr. José Cláudio Moreira, um dos responsáveis pelo trabalho.

Antes de chegar na curcumina, foram testadas uma série de substâncias que poderiam funcionar como inibidoras do NFkB, um complexo proteico encontrado superestimulado nas células de glioblastomas e que exerce um papel fundamental no controle da formação e da progressão dos tumores e na resistência à quimioterapia. Assim, moléculas inibidoras da   NFkB são potenciais agentes anticâncer, capazes de potencializar o efeito de remédios tradicionais. Dentre as substâncias analisadas pelo grupo, a curcumina foi a que se mostrou mais eficiente e tem potencial para ser uma grande aliada no combate ao glioblastoma.

Os tratamentos tradicionais para a doença incluem remoção cirúrgica, radioterapia externa e quimioterapia; não se conhece, entretanto, nenhuma terapia que leve à cura desse câncer. A média de sobrevida dos pacientes é de cerca de um ano após o diagnóstico. “Qualquer terapia que prolongue a vida dessas pessoas é considerada promissora”, afirma Alfeu Zanotto Filho, que participou da pesquisa durante seu doutorado e pós-doutorado e atualmente é professor do Departamento de Farmacologia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). “Se os pacientes tiverem seis meses a mais para organizar a vida, já faz uma grande diferença”, complementa o professor Daniel Gelain.

Leia a reportagem completa na UFRGS Ciência.

Fonte: Camila Raposo, UFRGS Ciência. Imagem: Steven Jackson, Flickr.

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