Notícia
Curativos ‘inteligentes’ monitoram feridas e fornecem tratamento direcionado
Novo tipo de curativo inteligente desenvolvido no Caltech pode tornar o tratamento de feridas crônicas mais fácil, eficaz e barato
Lance Hayashida, Caltech
Fonte
Caltech | Instituto de Tecnologia da Califórnia
Data
terça-feira, 28 março 2023 06:40
Áreas
Bioeletrônica. Bioengenharia. Biologia. Biomedicina. Biotecnologia. Endocrinologia. Engenharia Biomédica. Medicina. Metabolismo. Sistemas de Controle.
Na maioria das vezes, quando alguém sofre um corte, arranhão, queimadura ou outro ferimento, o corpo reage e se cura sozinho. Mas nem sempre é esse o caso. O diabetes pode interferir no processo de cicatrização e criar feridas que não desaparecem e que podem infeccionar.
Esses tipos de feridas crônicas não são apenas debilitantes para as pessoas que sofrem delas. Eles também apresentam altos custos para os sistemas de saúde, representando um custo financeiro de US$ 25 bilhões (cerca de R$ 130 bilhões) apenas nos Estados Unidos a cada ano.
Um novo tipo de curativo inteligente desenvolvido no Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech) pode tornar o tratamento dessas feridas mais fácil, eficaz e barato. Esses curativos inteligentes foram desenvolvidas no laboratório do Dr. Wei Gao, professor de Engenharia Médica do Caltech e pesquisador do Heritage Medical Research Institute.
“Existem muitos tipos diferentes de feridas crônicas, especialmente em úlceras diabéticas e queimaduras que duram muito tempo e causam grandes problemas para o paciente”, disse o professor Wei Gao. “Há uma demanda por tecnologia que pudesse facilitar a recuperação.”
Ao contrário de um curativo típico, que pode consistir apenas em camadas de material absorvente, os curativos inteligentes são feitos de um polímero flexível e elástico contendo componentes eletrônicos e medicamentos incorporados. A eletrônica permite que o sensor monitore moléculas como ácido úrico ou lactato e condições como nível de pH ou temperatura na ferida, que podem indicar inflamação ou infecção bacteriana.
O curativo pode responder de uma das três maneiras: primeiro, ele pode transmitir os dados coletados da ferida sem fio para um computador, tablet ou smartphone próximo para revisão pelo paciente ou por um profissional médico. Em segundo lugar, pode administrar um antibiótico ou outro medicamento armazenado no curativo diretamente no local da ferida para tratar a inflamação e a infecção. Em terceiro lugar, pode aplicar um campo elétrico de baixo nível à ferida para estimular o crescimento do tecido, resultando em uma cicatrização mais rápida.
Em modelos animais em condições de laboratório, os curativos inteligentes mostraram a capacidade de fornecer atualizações em tempo real sobre as condições da ferida e os estados metabólicos dos animais para os pesquisadores, além de oferecer velocidade de cicatrização de feridas infectadas crônicas semelhantes às encontradas em humanos.
O professor Wei Gao disse que os resultados são promissores e acrescentou que pesquisas futuras em colaboração com a Escola de Medicina da Universidade do Sul da Califórnia (USC) se concentrarão em melhorar a tecnologia do curativo e testá-la em pacientes humanos, cujas necessidades terapêuticas podem ser diferentes das dos animais de laboratório.
“Mostramos esta prova de conceito em pequenos modelos animais, mas no futuro, gostaríamos de aumentar a estabilidade do dispositivo, mas também testá-lo em feridas crônicas maiores, porque os parâmetros da ferida e o microambiente podem variar de local para local”, concluiu o pesquisador.
Os resultados foram publicados na revista científica Science Advances.
Acesse o artigo científico completo (em inglês).
Acesse a notícia completa na página do Instituto de Tecnologia da Califórnia (em inglês).
Fonte: Emily Velasco, Caltech. Imagem: Uma das versões do curativo inteligente. Fonte: Lance Hayashida, Caltech.
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