Notícia

Cuidados com as crianças ao viajar nas férias

Medidas preventivas são importantes para evitar acidentes e manter a saúde

Pixabay

Fonte

Sociedade Brasileira de Pediatria e Sociedade Mineira de Pediatria

Data

segunda-feira, 4 julho 2016 20:05

Áreas

A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), através do Dr. Ricardo Jukemura, e a Sociedade Mineira de Pediatria (SMP), através de documento elaborado pela Dra. Giane Marques Barbosa Chaves oferecem algumas recomendações e cuidados com as crianças ao viajar durante o período de férias escolares.

Cuidados Gerais

Antes de viajar | Defina o destino com antecedência e tome conhecimento das características do local a ser visitado e assim estabelecer um roteiro, tempo de permanência e local da hospedagem. Nessa fase, é recomendável verificar e atualizar as vacinas da infância (algumas regiões do Brasil e do exterior necessitam de vacinas especiais). É conveniente uma consulta pediátrica e outra odontológica entre um e dois meses antes da viagem. A cobertura e o contrato do seguro-saúde devem ser checados e adaptados de acordo com as necessidades esperadas. No caso de viagens com carro ou ônibus, escolher horário com menor tráfego e temperatura mais amena.

Preparando as malas | Evite bagagem desnecessária. Não se esqueça dos documentos das crianças, do cartão de seu seguro saúde e vistos nas viagens ao exterior. Menores desacompanhados dos pais necessitam de autorização junto à Vara da Infância e Juventude e, em viagens ao exterior mesmo que acompanhados de um dos pais, também é necessário a autorização por parte do outro. Providencie uma pequena mala ou mochila e estimule seu filho (a) a ter responsabilidade com a própria bagagem, porém, supervisione e permita em sua bagagem algum brinquedo pessoal. Leve roupas adequadas ao clima do local de destino. Sob orientação médica prepare um “Kit” medicação (anti-térmico, anti-alérgico, anti emético, repelente, protetor solar, curativos adesivados) e não se esqueça das medicações de uso pessoal contínuo.

Durante a viagem | Trajetos longos de automóvel necessitam de pequenas paradas para descanso e necessidades fisiológicas; aproveitar para oferecer líquidos e alimentos leves para as crianças. Nestes locais de parada preste atenção em eventuais riscos de acidentes como atropelamentos no estacionamento e a proximidade com a estrada; verifique também as condições de higiene local (lanchonete ou restaurante). Providencie atividades de “passa tempo” como jogos e estórias inventadas (a leitura pode ocasionar enjoos). Evite paradas em locais pouco iluminados e ermos. Não se esqueça das regras de segurança no transporte de crianças. Em viagem de trem, navio ou avião discipline as crianças a respeitarem as regras de segurança de bordo.

No destino | Aproveite as férias, mas lembre-se que a prevenção de acidentes não tem descanso. As atividades das crianças deverão ser supervisionadas por um adulto. Verifique os riscos locais (área rural, praia, metrópole, ecoturismo, esportes radicais) e oriente seus filhos, principalmente adolescentes, em relação ao uso de álcool, drogas e entorpecentes.

Cuidados Especiais

Prevenção contra diarreia e desidratação | Evite praias, rios e lagos contaminados; locais com esgoto próximo e áreas sujeitas a inundações. Cuidados com a hidratação da criança devem ser redobrados, oferecendo água nos intervalos das refeições, principalmente se o tempo estiver quente. A higiene dos alimentos, a elaboração, o manuseio e a conservação devem ser monitorados. Água de coco natural já pode vir contaminada da própria natureza e é melhor que não seja oferecida para bebês. As mamadeiras devem ser preparadas na hora. Vale uma garrafa térmica com água morna previamente fervida para isso, se for o caso. Não leve mamadeiras prontas para serem oferecidas ao longo do percurso da viagem ou ao longo do dia nos passeios. Os restos que ficam na mamadeira ao término da mamada deverão ser desprezados, pois não podem ser oferecidos à criança mais tarde. Em locais poucos conhecidos ou na praia observe atentamente a procedência e a conservação dos alimentos que serão oferecidos às crianças.

Medicações | Leve os sintomáticos (analgésicos e antitérmicos). Todos deverão estar em sua embalagem original, com as bulas e prazos de validade em dia. Não administre medicamentos no escuro. Os medicamentos deverão ficar em frasqueira com chave, e a chave fora do alcance das crianças. Durante a estadia é sempre bom ter às mãos soro oral para ser oferecido à criança em caso de vômitos ou diarreia. Os que vêm embalados em pacotinhos na forma de sal para diluição ou os que vêm em flaconetes com concentrado para diluição são os melhores para transporte, pois pesam muito pouco e não ocupam muito espaço na bagagem. Se for necessária sua utilização, devem ser diluídos em água mineral, que é fácil encontrar nos hotéis e pousadas. O volume a ser oferecido à criança em caso de perdas é livre. Fezes líquidas e brancas, semelhantes à água de arroz, indicam necessidade de atendimento médico imediato em caráter de urgência. Para crianças que têm epilepsia, os medicamentos que são de uso diário para controle das crises convulsivas devem ser levados na bagagem de mão. Crianças que habitualmente vomitam quando são transportadas em veículos em longas distâncias podem ser medicadas preventivamente. O pediatra poderá orientar qual a melhor opção nesses casos.

Acidentes na mata | Ao frequentar ambientes próximos a matas, sítios, fazendas e sedes campestres é recomendado uso de botas rígidas de cano longo. Essa precaução visa evitar picadas de aranhas, escorpiões, cobras e lagartas que “queimam” ou as venenosas, como a lonomia, que é comum no sul do Brasil. Plantas tóxicas, como a trombeteira e a, espirradeira, podem causar ferimentos e escoriações, que deverão ser lavados com água e sabão o quanto antes; o sangramento deverá ser comprimido por 5 a 10 minutos para ser estancado. No caso de mordeduras por qualquer animal, o local também deverá ser abundantemente lavado com sabão imediatamente e um serviço de saúde deverá ser procurado no mesmo dia para orientação quanto à prevenção da raiva humana, mesmo que esse serviço esteja a quilômetros do local do acidente. A vacinação para tétano (também presente nas vacinas tríplice bacteriana (DPT), dupla (dTou DT), tetravalente bacteriana (DPT+HiB), pentavalente acelular, penta Brasil e hexavalente) deverá estar em dia, mas em caso de acidentes com materiais contaminados, como pisar em prego enferrujado,  ferimentos acontecidos no curral ou ferimentos extensos, por exemplo, poderá ser necessária uma dose de reforço. Cuidados são necessários quando se vai a cachoeiras, pois as pedras com limo e úmidas são extremamente escorregadias. Há também os riscos de mexer ou jogar pedras em caixas de marimbondos ou colmeias, o que aumenta a chance de ataques e picadas desses insetos. O uso de repelentes contra picadas de insetos irá depender da faixa etária. Para menores de seis meses não há repelente disponível no mercado. Ficar atento aos rótulos, pois existem repelentes que são liberados apenas para uso em adolescentes acima de 12 anos e adultos. Aplicar em áreas expostas e não dormir com repelente na pele. Nenhum produto químico que se utiliza no ser humano é isento de riscos. E isto também é válido tanto para os inseticidas quanto para os repelentes, pois podem ocasionar reações alérgicas, sendo necessária a procura de atendimento médico imediato.

Prevenção contra afogamentos | É necessário manter vigilância constante. Definir quem será o responsável por vigiar a criança, sempre com um ponto de referência fixo, alto e facilmente visível para a criança. A profundidade da água não deve ultrapassar a altura do tórax. Colete salva vidas é útil e as boias de braço não oferecem tanta segurança, pois as crianças podem se livrar delas com facilidade, ou então podem se desprender ou furar.  Na praia, é necessário verificar a força das ondas e a direção da maré para que a criança não seja levada para o fundo do mar. Mergulho em água rasa pode ocasionar fratura na coluna cervical com lesão medular e de nervos periféricos gerando sequelas como tetraplegia e paraplegia. Sempre checar a profundidade de lagos, rios e piscinas antes do mergulho.

Proteção solar | Protetor solar não pode ser esquecido. Fator de Proteção Solar (FPS) 30 ou mais, que pode ser aplicado generosamente 15 a 30 minutos antes de ir para a praia, e lá estando, reaplicar de 2 em 2 horas. Não há protetor solar disponível no mercado para crianças menores de seis meses. Elas não devem permanecer na orla marítima, pois mesmo sob barraca ou árvores a radiação é suficiente para desencadear queimaduras e predispor a pele a câncer, pois tanto a água quanto a areia são refletores. Ao adquirir um protetor solar infantil verifique na embalagem se ele é adequado para a faixa etária da criança. Alguns são indicados para crianças acima de seis meses (protetores físicos, “baby” ou mineral) e outros somente para crianças acima de dois anos (químicos e físicos). Antes de aplicar no corpo todo aplique em uma pequena área do braço por uns três dias, antes de viajar, e observe se a criança não apresentará reações alérgicas no local ou no corpo, como erupções, inchaços ou coceiras. É também importante saber que barracas de material compacto, como a lona, oferecem proteção contra radiação muito melhor que as barracas de tecido fino. Bonés são recomendáveis, de preferência aqueles que têm uma proteção adicional para as orelhas. Prefira a praia antes de 10h00 ou então  após as 16h00.

Fonte: Sociedade Brasileira de Pediatria e Sociedade Mineira de Pediatria.  Imagem: Pixabay.

 

Leia também:

Crianças estão entre as principais vítimas de intoxicações

Cuidados com bebês prematuros: o que os pais devem saber

Cuidados com crianças em viagens de avião

Doença Celíaca: conceitos, cuidados e dúvidas

Novo dispositivo anti-asfixia pode salvar vidas

Os perigos dos brinquedos para crianças: como evitar problemas para a saúde

Perda da audição em crianças pode ser evitada em 60% dos casos

Primeira semana do bebê em casa

Saúde bucal em crianças: dicas dos especialistas

Sintomas de gripe podem ser sinais de doença mais grave

Em suas publicações, o Portal Tech4Health da Rede T4H tem o único objetivo de divulgação científica, tecnológica ou de informações comerciais para disseminar conhecimento. Nenhuma publicação do Portal Tech4Health tem o objetivo de aconselhamento, diagnóstico, tratamento médico ou de substituição de qualquer profissional da área da saúde. Consulte sempre um profissional de saúde qualificado para a devida orientação, medicação ou tratamento, que seja compatível com suas necessidades específicas.

Os comentários constituem um espaço importante para a livre manifestação dos usuários, desde que cadastrados no Portal Tech4Health e que respeitem os Termos e Condições de Uso. Portanto, cada comentário é de responsabilidade exclusiva do usuário que o assina, não representando a opinião do Portal Tech4Health, que pode retirar, sem prévio aviso, comentários postados que não estejam de acordo com estas regras.

Leia também

2024 tech4health t4h | Notícias, Conteúdos e Rede Profissional em Saúde e Tecnologias

Entre em Contato

Enviando
ou

Fazer login com suas credenciais

ou    

Esqueceu sua senha?

ou

Create Account