Notícia
Coração “movido a energia solar”: cientistas tentam utilizar a fotossíntese para reparar danos cardíacos
Pesquisadores desenvolvem novas maneiras de fornecer oxigênio ao coração quando o fluxo sanguíneo está restrito
Divulgação
Fonte
Universidade Stanford
Data
quinta-feira, 15 junho 2017 18:45
Áreas
Cardiologia. Cirurgia Cardíaca. Biotecnologia. Bioquímica.
Na busca contínua de encontrar melhores tratamentos para doenças cardíacas, a principal causa de morte em todo o mundo, uma nova pesquisa da Faculdade de Medicina da Universidade Stanford, nos Estados Unidos, mostra resultados promissores usando uma estratégia incomum: bactérias fotossintéticas e luz.
Os pesquisadores descobriram que, ao injetar um tipo de bactéria nos corações de ratos anestesiados com doença cardíaca, usando luz para desencadear fotossíntese, eles foram capazes de aumentar o fluxo de oxigênio e melhorar a função cardíaca, de acordo com um estudo publicado no dia 14 de junho na revista científica Science Advances.
“A beleza disso é que é um sistema de reciclagem”, disse o Dr. Joseph Woo, chefe da cirurgia cardiotorácica em Stanford e autor principal do estudo. “Você entrega as bactérias, absorve dióxido de carbono e, com energia da luz, elas formam oxigênio”.
A gênese desse conceito difícil de compreender surgiu de cientistas que procuram novas maneiras de fornecer oxigênio ao coração quando o fluxo sanguíneo está restrito, disse o Dr. Woo. Esta condição, conhecida como isquemia cardíaca, é mais frequentemente causada por doença arterial coronariana.
“Nós percebemos que existe uma relação interessante na natureza”, disse ele. “Na natureza, os seres humanos exalam o dióxido de carbono e as plantas o convertem de volta ao oxigênio. Durante um ataque cardíaco, o músculo ainda está tentando bombear. Há dióxido de carbono, mas sem oxigênio. Nós nos perguntamos se havia alguma maneira de usar células de plantas e colocá-las ao lado de células cardíacas para produzir oxigênio a partir do dióxido de carbono “.
Os pesquisadores primeiro tentaram usar espinafres e couves e combinar cada um com células do coração em um prato, mas os cloroplastos – os órgãos fotossintéticos – dessas plantas não eram estáveis o suficiente para sobreviver fora da célula da planta.
“Então, continuamos olhando ao redor”, disse o Dr. Woo. Em seguida, eles tentaram bactérias fotossintéticas, chamadas de cianobactérias, uma vez que estas possuem uma estrutura mais resistente para viver na água. Eles repetiram os mesmos testes para ver se essas bactérias fotossintéticas tinham a capacidade de sobreviver com células do coração em um prato. “Funcionou muito bem”, disse o Dr. Woo.
A próxima rodada de experimentos envolveu injetar as cianobactérias nos corações de ratos anestesiados com isquemia cardíaca. Eles então compararam a função cardíaca de ratos com seus corações expostos à luz (por menos de 20 minutos) com aqueles que foram mantidos no escuro.
“O grupo que recebeu a bactéria mais a luz tinha mais oxigênio e o coração funcionava melhor”, disse Woo. As bactérias se dissiparam dentro de 24 horas, mas a função cardíaca melhorada continuou por pelo menos quatro semanas, disse ele.
“Mas esse estudo ainda é muito preliminar”, concluiu o Dr. Joseph Woo.
Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).
Fonte: Tracie White, Faculdade de Medicina da Universidade Stanford. Imagem: Divulgação.
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