Notícia
Controle glicêmico e níveis de patógenos periodontais
Colonização bacteriana mais acentuada foi observada em casos crônicos
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O diabetes mellitus (DM) é reconhecido como um fator de risco para periodontite, principalmente nos casos com controle inadequado da glicemia. Dentre as justificativas para esse fato, verifica-se maior tendência à inflamação na região periodontal e maior ação dos osteoclastos, que são responsáveis pela reabsorção óssea. A pesquisadora Tamires Szeremeske Miranda e colaboradores da Universidade Guarulhos (UNG) publicaram um artigo na edição de fevereiro de 2017 da revista científica Journal of Applied Oral Science que avaliou a influência do controle glicêmico sobre os níveis e a freqüência de patógenos sub-gengivais periodontais em pacientes com diabetes mellitus tipo 2 (DM2) e a periodontite crônica generalizada (ChP).
Foram selecionados 56 pessoas portadoras de DM2 na clinica dentária da UNG no período entre julho de 2011 e janeiro de 2015 que foram classificados de acordo com os níveis de hemoglobina glicosilada (HbA1c) em um dos seguintes grupos: HbA1c <8% (n = 28) ou HbA1c≥8% (n = 28). Foram analisadas três amostras de biofilme subgingival de locais com profundidade da periodontite (PD) menor que 5 mm e três amostras de locais com PD maior ou igual a 5 mm por Reação em Cadeia de Polimerase (PCR) quantitativa para a presença e níveis dos seguintes patógenos: Porphyromonas gingivalis, Tannerella forsythia , Treponema denticola , Eubacterium nodatum , Parvimona micra , Fusobacterium nucleatum ssp. e Prevotella intermedia .
Os resultados indicaram que os indivíduos com DM2 mal controlados (com HbA1c superior a 8%) apresentaram maior concentração de F. nucleatum nos locais com doença periodontal acima de 5 mm, em comparação com os pacientes controlados (HbA1c inferior a 8%). Além disso, os sítios periodontais de indivíduos com controle glicêmico crítico demonstraram maior frequência de detecção de T. forsythia quando comparadas com aquelas de pacientes com glicemia melhor controlada. As atividades patogênicas de F. nucleatum envolvem a produção de fatores de virulência que permitem que esta espécie se agregue com outras espécies em infecções mistas.. Devido a sua capacidade de agregação com outros patógenos suspeitos em doenças periodontais, F. nucleatum age como uma ponte entre colonizadores precoces e tardios durante a formação de biofilme.
Os autores concluíram que os o controle glicêmico deficiente, conforme indicado por HbA1c superior a 8%, esteve associado ao aumento dos níveis e freqüências de patógenos periodontais no biofilme subgingival de indivíduos com DM tipo 2 e ChP. O estudo foi financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp)
Acesse o artigo científico completo (em inglês).
Fonte; Journal of Applied Oral Science. Imagem: Shutterstock.
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