Notícia

Consumo de alimentos processados por menores de seis anos é significativo

Orientação nutricional deve ser incluída no planejamento dos cardápios

Shutterstock

Fonte

Jornal de Pediatria

Data

terça-feira, 7 março 2017 21:00

Áreas

Alimentação e Nutrição. Pediatria. Obesidade.

O consumo de alimentos nos primeiros anos de vida tem grande influência nos hábitos nutricionais durante o período da adolescência e na fase adulta. Práticas alimentares inadequadas adotadas em idades precoces podem ter repercussões negativas em curto e longo prazo e podem comprometer o crescimento físico e o desenvolvimento infantil, assim como representam um fator de risco para a aquisição da obesidade e de outras complicações.

Nos últimos anos, a prevalência de excesso de peso e da obesidade na população brasileira aumentou de maneira considerável, segundo dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), feita em 2008-2009. Os números também são preocupantes entre crianças de 5 a 9 anos, dentre as quais 33,5% têm excesso de peso e 14,3% encontram-se obesas. A substituição de alimentos caseiros e naturais por alimentos processados pode ser um dos fatores responsáveis pelas elevadas prevalências de excesso de peso observadas no grupo infantil, por serem alimentos de elevada densidade energética, ricos em gordura, açúcares e sódio. Outros fatores como a influência do mercado publicitário, por meio de propagandas, embalagens e rótulos atrativos; preços dos alimentos processados mais baratos em comparação com os produtos naturais e a facilidade para a aquisição das mercadorias industrializadas contribuem para a elevação do consumo desses itens.

Pesquisadores da Faculdade de Nutrição da Universidade Federal de Pelotas (UFPEL) publicaram um artigo científico na edição de fevereiro de 2017 da revista Jornal de Pediatria  onde foi avaliado o consumo alimentar conforme o grau de processamento, segundo a renda e a faixa etária, em  770 crianças menores de 6 anos na zona urbana de Pelotas (RS), Brasil. A metodologia consistiu em avaliar o consumo alimentar das crianças através de um recordatório de 24 horas, aplicado às mães ou aos responsáveis, e o consumo calórico dos alimentos foi estimado de acordo com o grau de processamento. O consumo alimentar foi estratificado por faixa etária (menos de 24 meses; 24 meses ou mais) e as associações entre renda familiar e a participação relativa dos alimentos no total de calorias diárias foram conduzidas por regressão linear simples.

Os resultados mostraram que a média de consumo foi 1.725,7 kcal/dia. A participação calórica proveniente do grupo de alimentos ultraprocessados foi de 19,7% nas crianças com menos de 24 meses e 36,1% naquelas com 24 meses ou mais, enquanto que a contribuição do grupo de alimentos in natura e minimamente processados foi de 61,2% e 44,1%%, respectivamente. Nas crianças com 24 meses ou mais observou-se maior consumo de doces conforme o aumento da renda familiar, enquanto que os pães foram mais consumidos entre as crianças pertencentes aos menores quintis de renda.

A conclusão do estudo indicou que houve uma elevada participação calórica de alimentos ultraprocessados em detrimento do menor consumo de alimentos in natura e minimamente processados na alimentação de crianças menores de 6 anos e que a orientação nutricional deve fazer parte no planejamento dos cardápios familiar e nas escolas.

Acesse o artigo científico completo.

Fonte: Jornal de Pediatria. Imagem: Shutterstock.

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