Notícia

Consenso e recomendações para o tratamento da Hepatite C

CFM recomenda solicitação de teste sorológico para Hepatite C

Adaptado de Shutterstock

Fonte

Sociedade Brasileira de Hepatologia

Data

sexta-feira, 6 maio 2016 12:10

Áreas

Hepatologia. Saúde Pública.

A Hepatite C é uma doença viral que leva à inflamação do fígado e raramente desperta sintomas. A maioria dos portadores da Hepatite C não sabe que tem a doença. A transmissão ocorre por meio do contato com sangue contaminado, seja por transfusão de sangue ou acidentes com material contaminado (no caso de trabalhadores da área da saúde) e também pelo compartilhamento de seringas de drogas injetáveis. A transmissão de mãe para filho é rara, cerca de 5%, e acontece no momento do parto. A transmissão por via sexual é pouco frequente e o vírus não se propaga no convívio social ou na partilha de objetos.

 A hepatite crônica acomete cerca de 180 milhões de pessoas em todo o mundo. Estima-se que, no Brasil, existam atualmente 2 milhões de pessoas infectadas. Sem sintomas específicos, a hepatite C evolui de maneira arrastada, usualmente silenciosa, durante décadas. Dentre os sintomas mais comuns destacam-se: dor abdominal, fadiga, febre, icterícia, náusea e vômitos. Contudo, ao agravar-se, pode progredir para o desenvolvimento de cirrose, descompensação hepática e carcinoma hepatocelular, constituindo a causa mais frequente de indicação de transplante hepático no mundo ocidental e também no Brasil (cerca de 31% a 50%).

O Conselho Federal de Medicina(CFM)  publicou em março de 2016 em seu website a Recomendação n° 2/2016, que orienta os médicos a solicitarem testes sorológicos para HC na tentativa de diagnosticar mais precocemente a Hepatite C e assim minimizar o desenvolvimento das complicações associadas aos estágios mais avançados.  A Sociedade Brasileira de Hepatologia (SBH), em parceria com a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), divulgaram o consenso final com as recomendações para o tratamento da Hepatite C, que foram divididas em quatro graus de importância (A,B,C,D) em ordem decrescente, com base na força da evidência científica.

Uma das recomendações para o estadiamento da Hepatite C é para, sempre que possível, utilizar métodos não invasivos para avaliar o grau de fibrose hepática como a elastografia transitória pelo FibroScan (nível A) ou métodos acoplados ao ultrassom como a elastometria por ondas de cisalhamento ou tecnologia ARFI (Acoustic Radiation Force Impulse) que mensura o grau de rigidez do tecido hepático examinado (nível B). A biopsia do fígado na Hepatite C crônica fica reservada para casos com suspeita clínica de associação com outra doença hepática, nos casos de discordância entre os resultados de métodos não invasivos ou na impossibilidade técnica ou clínica do uso de métodos indiretos validados ( nível A).

Quanto ao tratamento, todos os indivíduos com HC devem ser considerados candidatos em potencial ao tratamento antiviral. A terapia oral com Interferon-free, já disponibilizada no Brasil (sofosbuvir, simeprevir, daclatasvir, esquema 3D com ou sem ribavirina), poderá ser priorizada para os pacientes portadores da Hepatite C, nas seguintes situações: coinfectados pelos vírus da imunodeficiência humana (HIV) e da hepatite B (VHB) e pacientes pré e pós-transplantados de órgãos sólidos,e na presença de manifestações extra-hepáticas clinicamente significativas associadas à hepatite C (nível A). O tratamento também deve ser priorizado em mulheres em idade fértil que desejem engravidar e pacientes com alto risco de transmissão da doença, como: hemodialisados, profissionais de saúde, encarcerados e usuários de drogas intravenosa (nível B).

O acompanhamento laboratorial dos pacientes deve ser feito ao final do primeiro mês de tratamento, incluindo avaliação hepática (AST, ALT, GGT, fosfatase alcalina, bilirrubinas, TAP e albumina), função renal (ureia e creatinina), hemograma, glicemia de jejum, sódio e potássio. Esse perfil laboratorial mínimo deverá ser adaptado a cada caso e repetido de acordo com as necessidades individuais de cada paciente (nível B).

Fonte: Sociedade Brasileira de Hepatologia. Imagem: Adaptada de Shutterstock.

 

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