Notícia
Como atender às necessidades de idosos com epilepsia?
Descobertas destacam que o ‘paradigma de tratamento’ da epilepsia precisa ser estendido, com mais ênfase em pessoas mais velhas
Getty Images
Fonte
Universidade Monash
Data
terça-feira, 20 dezembro 2022 17:25
Áreas
Assistência Social. Biologia. Enfermagem. Medicina. Neurociências. Psiquiatria. Saúde do Idoso. Saúde Mental. Saúde Pública. Terapia Ocupacional.
A idade avançada tem se tornado o momento mais comum para desenvolver epilepsia mesmo em ambientes de alta renda, e uma revisão de evidências liderada por uma equipe de pesquisa da Universidade Monash, na Austrália, destacou que os adultos mais velhos correm o risco de novas convulsões devido a mudanças relacionadas à idade.
O artigo foi publicado na revista científica Epilepsia. A Dra. Loretta Piccenna, primeira autora do estudo, é professora do Departamento de Neurociência da Universidade Monash. Ela disse que as descobertas destacam que o ‘paradigma de tratamento’ da epilepsia precisa ser estendido, com mais ênfase em pessoas mais velhas. Desenvolver epilepsia nesta fase da vida tem impactos substanciais na vida dos pacientes, destacou a professora.
Por exemplo, eles podem perder a confiança, sofrer efeitos colaterais do tratamento, perder a carteira de motorista ou a independência e, em alguns casos, podem até precisar se mudar para uma instituição especializada em idosos para receber cuidados e apoio.
“Precisamos fornecer um modelo de cuidado integrado, personalizado e baseado em evidências, fazendo mudanças quando os idosos passam de uma condição saudável para uma condição de doença, para focar em resultados de longo prazo centrados no paciente, como qualidade de vida”, disse a Dra. Loretta Piccenna.
“Em particular, um desafio é quando os adultos mais velhos têm uma primeira convulsão e desenvolvem epilepsia em lares de idosos onde não há protocolos claros ou nenhum protocolo. Sem epileptologistas especializados em atendimento domiciliar a idosos, o caos ou a falta de conhecimento levam a níveis inadequados de gerenciamento das crises”, continuou a pesquisadora.
Integração mais próxima é extremamente necessária
O estudo constatou que uma integração mais estreita entre os cuidados primários e secundários com especialistas multidisciplinares trabalhando em conjunto é uma abordagem muito necessária para melhorar o atendimento.
Mas pode ser confuso saber quais profissionais de saúde – clínicos gerais, geriatras ou neurologistas – devem cuidar desses pacientes. Racionalizar o número de especialistas que um idoso consulta sem comprometer o cuidado especializado necessário torna-se, portanto, um enigma.
Os pesquisadores pesquisaram a literatura para mapear os tipos de estudos publicados ao longo de cinco anos. Estes foram estudos clínicos (não ensaios clínicos randomizados), revisões narrativas, revisões sistemáticas e/ou meta-análises e ensaios clínicos randomizados.
Evidências de revisões sistemáticas não revelaram nenhum medicamento existente como sendo mais eficaz no controle de convulsões do que qualquer outro. Há uma falta de estudos para os medicamentos anticonvulsivantes de última geração, em particular a dosagem apropriada em relação às comorbidades de saúde e sensibilidade a efeitos adversos.
Atualmente, o medicamento anticonvulsivante ‘ideal’ não existe.
Adotando uma abordagem global
A Liga Internacional Contra a Epilepsia (ILAE) é uma associação profissional para profissionais de saúde e cientistas com foco na epilepsia. Para auxiliar os esforços globais na área, foram desenvolvidos comitês, forças-tarefa e comissões. Suas ações têm como objetivo geral examinar esse tópico e recomendar como a ILAE pode ajudar a avançar, com uma perspectiva global ou internacional.
A Dra. Rebecca O’Dwyer e o Dr. Ilo Leppik, especialistas em epileptologia dos EUA, e parte da força-tarefa que se reporta à comissão, também contribuíram para o estudo.
Na Austrália, o professor Dr. Patrick Kwan, coautor do artigo, membro da força-tarefa da ILAE e pesquisador do Departamento de Neurociência de Monash, disse que os idosos com epilepsia são um grupo distinto: “Eles exigem um esforço conjunto em todas as disciplinas para um atendimento ideal”, concluiu o pesquisador.
Acesse o artigo científico completo (em inglês).
Acesse a notícia completa na página da Universidade Monash (em inglês).
Fonte: Universidade Monash. Imagem: Getty Images.
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