Notícia

Colostomias em alça: dispositivo previne complicações

Fonte

Acta Cirúrgica Brasileira

Data

quarta-feira, 9 novembro 2016 17:10

Áreas

Proctologia. Oncologia.

A criação de uma estoma (abertura na parede abdominal) pode ser necessária após cirurgias para ressecção de tumores colorretais, doenças inflamatórias (Crohn, retocolite ulcerativa), doença diverticular,  olipose adenomatosa, colite isquêmica ou infecção. O objetivo consiste em desviar o conteúdo fecal para o meio externo. As colostomias são mais comumente classificadas como temporárias ou definitivas e terminais ou em alça. A colostomia em alça apresenta um alto risco de deiscência (abertura da sutura), obstrução distal ou infecção perineal. Outra complicação é a retração comumente associada a uma má construção do estoma, obesidade, desnutrição e terapia com corticóides. Para minimizar a retração, pesquisadores do Departamento de Cirurgia e Anatomia, da Divisão de Coloproctologia, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) em Ribeirão Preto desenvolveram um dispositivo subcutâneo em forma de T, para reduzir a frequência de retração após colostomias em alça.

O estudo com a utilização do dispositivo após cirurgia colorretal foi publicado na revista científica Acta Cirúrgica Brasileira, e foi realizado em uma amostra de 209 pacientes, sendo 111(53%) homens e 98 (47%) mulheres, com idade média de 66 anos (variação de 23 a 93 anos) durante o período de 2003 a 2013 (seguimento de 10 anos). O instrumento possui um comprimento de 10 centímetros, em forma de T, com suporte de aço e está registrado sob o número de patente (PI0802729-3A2).

A vantagem desse dispositivo em comparação com outras técnicas consiste na facilidade de execução com apenas um ponto de ancoragem, o que diminui o desconforto do paciente. Outro beneficio está relacionado a remoção do dispositivo no quinto dia após a cirurgia, sem a necessidade de internação para efetuar a retirada. São necessários apenas um par de luvas e uma tesoura para sacar os pontos da pele. Essa facilidade na execução e simplicidade na retirada reduziu significativamente a frequência de complicações, o que torna um procedimento rápido, seguro e barato. Os autores destacam a importância da realização de mais estudos com amostra mais numerosa e tempo de seguimento prolongado para verificar os efeitos no longo prazo.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a patente requerida.

Fonte: Acta Cirúrgica Brasileira.

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