Notícia
Cirurgia para transferência de nervo é utilizada para restaurar movimento após lesão na coluna cervical
Resultados foram publicados na edição de outubro da revista Plastic & Reconstructive Surgery
Shutterstock
Fonte
Tech4Health e Plastic & Reconstructive Surgery
Data
quinta-feira, 15 outubro 2015 20:40
Áreas
Ortopedia. Biomecânica. Neurologia. Neurocirurgia.
As lesões na coluna cervical podem ocasionar danos funcionais e neurológicos permanentes e com isso, impactar negativamente a qualidade de vida das pessoas afetadas. Dentre as causas mais comuns destacam-se: os acidentes de trânsito (carros, motos e atropelamentos), mergulho em água rasa, quedas de laje e ferimentos por projétil de arma de fogo.
A gravidade do comprometimento neurológico irá depender do nível da lesão, podendo em alguns casos preservar a função do ombro e do cotovelo, porém poderá incapacitar os movimentos do punho e da mão devido à paralisia. Isso pode levar a uma perda da independência com consequências clínicas desfavoráveis e aumento dos gastos financeiros associados aos tratamentos disponíveis para esses casos. Atualmente, não existem terapias que restabeleçam a função que foi perdida após a lesão neurológica cervical.
A Dra. Ida Fox e colaboradores do Barnes Jewish Hospital e da Divisão de Cirurgia Plástica e Cirurgia Reconstrutiva da Universidade de Washington publicaram na edição de outubro de 2015 da revista científica Plastic & Reconstructive Surgery artigo sobre uma série de 13 cirurgias em 9 lesões neurológicas da coluna cervical. O procedimento cirúrgico visava restabelecer o estímulo neural extraviado através da transferência de um nervo saudável para a área lesionada. Esse tipo de procedimento é realizado comumente para lesões dos nervos periféricos, porém para lesões mais altas ainda é incipiente. Para avaliar a função neurológica antes da cirurgia foram realizados testes clínicos para avaliar a sensibilidade e motricidade, além de exames complementares como a eletroneuromiografia. Os reparos neurais foram realizados com microscópio e fios de sutura epineurais nylon 9.0. Após a cirurgia os membros operados não foram imobilizados e a ativação dos músculos iniciou-se após um mês com auxilio de terapia ocupacional, com retornos periódicos a cada 3 meses para avaliar a função. O tempo médio de seguimento desses casos foi de 12 meses (variando de 1 a 36 meses). O tempo médio entre a lesão inicial e a cirurgia foi de 4,8 anos (variando de 6 meses a 12 anos). A idade média dos pacientes foi de 35 anos (variando de 16 a 72 anos).
Os pacientes relataram uma melhora inicial na função após 6 meses da cirurgia, sendo que após 12 meses havia uma progressão mais efetiva dessa recuperação, inclusive com restabelecimento da função volitiva dos movimentos do punho e da mão. Segundo os autores, esses resultados são promissores e representam um avanço no tratamento desse tipo de lesão.
Leia o artigo completo (em inglês).
Fonte: Tech4Health e Plastic & Reconstructive Surgery. Imagem: Shutterstock.
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