Notícia

Cientistas revelam dois caminhos para o autismo no cérebro em desenvolvimento

Duas anormalidades distintas que surgem apenas algumas semanas após o início do desenvolvimento do cérebro foram associadas ao surgimento do transtorno do espectro autista

geralt via Pixabay

Fonte

Universidade Yale

Data

quarta-feira, 16 agosto 2023 13:10

Áreas

Biologia. Medicina. Neurociências. Neurologia. Pediatria. Psiquiatria. Saúde da Criança.

Duas anormalidades distintas do neurodesenvolvimento que surgem apenas algumas semanas após o início do desenvolvimento do cérebro foram associadas ao surgimento do Transtorno do Espectro Autista (TEA), de acordo com um novo estudo liderado pela Universidade Yale, nos Estados Unidos, no qual pesquisadores desenvolveram organoides cerebrais a partir de células-tronco de meninos diagnosticados com o transtorno.

Segundo os pesquisadores, as anormalidades específicas parecem ser ditadas pelo tamanho do cérebro da criança, uma descoberta que pode ajudar médicos e pesquisadores a diagnosticar e tratar o autismo no futuro. As descobertas foram publicadas na revista científica Nature Neuroscience.

“É incrível que crianças com os mesmos sintomas acabem com duas formas distintas de redes neurais alteradas”, disse a Dra. Flora Vaccarino, professora no Yale Child Study Center da Escola de Medicina de Yale e coautora sênior do artigo.

Usando células-tronco coletadas de 13 meninos diagnosticados com autismo – incluindo oito meninos com macrocefalia – uma equipe de Yale criou organoides cerebrais (pequenas réplicas tridimensionais do cérebro em desenvolvimento) em uma placa de laboratório que imita o crescimento neuronal no feto. Eles então compararam o desenvolvimento do cérebro dessas crianças afetadas com seus pais. (Os pacientes foram recrutados entre colegas médicos do Yale Child Study Center, que realiza pesquisas, serviços e treinamento para melhorar a compreensão dos problemas de saúde enfrentados por crianças e suas famílias).

O estudo foi coliderado pelo Dr. Alexandre Jourdon, Feinan Wu e pela Dra. Jessica Mariani, todos pesquisadores do laboratório da Dra. Flora Vaccarino na Escola de Medicina de Yale.

Cerca de 20% dos casos de autismo envolvem indivíduos com macrocefalia, uma condição na qual o tamanho da cabeça de uma criança está no percentil 90 ou maior no nascimento. Entre os casos de autismo, estes tendem a ser mais graves.

Curiosamente, os pesquisadores descobriram que crianças com autismo e macrocefalia exibiam crescimento excessivo de neurônios excitatórios em comparação com seus pais, enquanto organoides de outras crianças com autismo apresentavam um déficit do mesmo tipo de neurônios.

A capacidade de rastrear o crescimento de tipos específicos de neurônios pode ajudar os médicos a diagnosticar o autismo, cujos sintomas geralmente aparecem 18 a 24 meses após o nascimento, disseram os autores.

As descobertas também podem ajudar a identificar casos de autismo que podem se beneficiar de drogas existentes destinadas a melhorar os sintomas de distúrbios marcados por atividade excessiva de neurônios excitatórios, como a epilepsia, disse a professora Flora Vaccarino. Pacientes com autismo e macrocefalia podem se beneficiar de tais drogas, enquanto aqueles sem cérebros aumentados não podem, disse a pesquisadora.

A criação de biobancos de células-tronco derivadas de pacientes pode ser essencial para adaptar a terapêutica a indivíduos específicos (medicina personalizada).

O Dr. Abyzov Alexej, professor de Informática Biomédica na Clínica Mayo, é coautor sênior do artigo.

Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade Yale (em inglês).

Fonte: Bill Hathaway, Universidade Yale. Imagem: geralt via Pixabay.

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