Notícia

Cientistas encontram genes alterados na síndrome da fibromialgia

Estudo destaca papel importante da via de sinalização do glutamato

Shutterstock

Fonte

Universidade de Oviedo

Data

sexta-feira, 14 dezembro 2018 17:10

Áreas

Biologia. Genética.

A fibromialgia é considerada uma síndrome que pode causar um aumento da sensibilidade à dor, fadiga, rigidez muscular, problemas de sono, possível perda de memória e concentração, dores de cabeça, problemas digestivos, e assim por diante. Os sintomas são variados e seu diagnóstico é complicado, sendo confundido com síndrome da fadiga crônica, artrite reumatoide ou até esclerose múltipla. Não há consenso em seu diagnóstico e os critérios, que têm um alto grau de subjetividade, têm sido alterados ao longo dos anos. Essa dificuldade tem feito com que a fibromialgia seja conhecida  como “dor invisível” e que aqueles que sofrem se sintam incompreendidos, apresentando um estado de frustração permanente que muitas vezes agrava sua condição. A fibromialgia pode ser chamada de “doença feminina”, já que estatisticamente afeta mais as mulheres que os homens. Suas causas são desconhecidas e podem estar associadas a diferentes eventos.

Recentemente, pesquisadores da Universidade de Oviedo, na Espanha, em colaboração com cientistas da Universidade Johns Hopkins e dos Institutos Nacionais de Saúde (NIH), nos Estados Unidos, conseguiram descrever as principais vias genéticas alterados em pacientes com fibromialgia.

A pesquisa considerou a modelagem de um estudo genético em uma coorte de 28 mulheres com idade entre 28 e 55 anos com diagnóstico de fibromialgia segundo os critérios do Colégio Americano de Reumatologia (American College of Rheumatology), em comparação com um grupo de voluntários saudáveis ​​de controle e idades entre 28 e 51 anos.

O estudo forneceu uma assinatura genética em pequena escala composta por 57 genes para diagnóstico. As análises mostraram que as três vias genéticas alteradas mais importantes estão relacionadas à ativação de células estreladas hepáticas (adipócitos hepáticos) que são indicativas de lesões nesse órgão; fosforilação oxidativa e patologias respiratórias do tipo DPOC (doença pulmonar obstrutiva). Embora esses resultados sejam preliminares e difíceis de interpretar, parecem confirmar um papel importante da via de sinalização do glutamato, um neurotransmissor com grande importância na fadiga crônica e na depressão. Também apresentam expressão alterada genes relacionados om a atenuação da taxa metabólica e vias inflamatórias associadas com interferon alfa, uma citoquina envolvida na regulação da resposta imunitária contra infecções.

Os resultados foram publicados na revista científica Journal of Pain Research.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade de Oviedo (em espanhol).

Fonte: Universidade de Oviedo. Imagem: Shutterstock.

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