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Cientistas encontram correlação bidirecional entre doenças autoimunes e depressão perinatal

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Fonte

Instituto Karolinska

Data

quarta-feira, 10 janeiro 2024 16:25

Áreas

Biologia. Endocrinologia. Medicina. Neurociências. Neurologia. Psiquiatria. Saúde da Mulher. Saúde Pública.

Mulheres com doença autoimune têm maior probabilidade de sofrer de depressão durante a gravidez e após o parto; e mulheres com histórico de depressão perinatal correm maior risco de desenvolver doença autoimune. É o que afirma um novo estudo do Instituto Karolinska, na Suécia, publicado na revista científica Molecular Psychiatry.

Na doença autoimune, o sistema imunológico ataca erroneamente o próprio tecido saudável do corpo. Algumas das doenças autoimunes mais comuns são a intolerância ao glúten (doença celíaca), tireoidite autoimune, artrite reumatoide, diabetes tipo 1 e esclerose múltipla.

No estudo, os pesquisadores usaram dados do Registro de Nascimento Médico Sueco e identificaram todas as mulheres que deram à luz na Suécia entre 2001 e 2013. Do grupo resultante de aproximadamente 815.000 mulheres e 1,3 milhão de gestações, pouco mais de 55.000 mulheres foram diagnosticadas com depressão durante a gravidez ou no prazo de um ano após o parto.

Os pesquisadores compararam então a incidência de 41 doenças autoimunes em mulheres com e sem depressão perinatal, controlando fatores familiares, como genes e ambiente de infância, e incluindo também as irmãs das mulheres afetadas.

Associação mais forte para esclerose múltipla

Os resultados revelaram uma associação bidirecional entre depressão perinatal e tireoidite autoimune, psoríase, esclerose múltipla, colite ulcerosa e doença celíaca. No geral, as mulheres com doença autoimune tiveram 30% mais chances de sofrer depressão perinatal. Por outro lado, as mulheres com depressão perinatal tiveram 30% mais chances de desenvolver uma doença autoimune subsequentemente.

A associação foi mais forte para a esclerose múltipla, para a qual o risco foi o dobro em ambas as direções. Também foi mais forte em mulheres que não tiveram um diagnóstico psiquiátrico anterior.

“Nosso estudo sugere que existe um mecanismo imunológico por trás da depressão perinatal e que doenças autoimunes devem ser vistas como um fator de risco para esse tipo de depressão”, disse a Dra. Emma Bränn, primeira autora do estudo e pesquisadora do Instituto de Medicina Ambiental do Instituto Karolinska.

Pode ter sérias consequências

Os pesquisadores continuarão agora a examinar os efeitos em longo prazo da depressão durante a gravidez e no primeiro ano após o parto. “A depressão durante esse período sensível pode ter sérias consequências para a mãe e o bebê. Esperamos que nossos resultados ajudem os tomadores de decisão a direcionar o financiamento para os cuidados de saúde materna, para que mais mulheres possam obter ajuda e apoio a tempo”, destacou a Dra. Emma Bränn.

Como este foi um estudo observacional, não há conclusões sobre a causalidade desta relação entre doenças autoimunes e depressão perinatal.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página do Instituto Karolinska (em inglês).

Fonte: Felicia Lindberg, Instituto Karolinska. Imagem: wayhomestudio via Freepik.

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