Notícia

Cientistas desenvolvem projeto de internet tátil no RN

Projeto da UFRN pretende revolucionar a interação com a internet, permitindo ao usuário sentir peso e textura de objetos virtuais

Divulgação

Fonte

UFRN

Data

quarta-feira, 22 fevereiro 2017 19:40

Áreas

Computação. Internet. Interação Remota.

O Grupo de Pesquisa em Sistemas Embarcados e Hardware Reconfigurável (GPSEHR) do Departamento de Engenharia da Computação e Automação (DCA), da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), desenvolveu um projeto que pretende revolucionar a interação com a internet, a Haptic Glove Device (luva de internet tátil) que permitirá ao usuário sentir peso e textura de objetos virtuais e servirá como plataforma de testes nas pesquisas de internet tátil.

A equipe formada pelos alunos de mestrado Matheus Fernandes Torquato, Daniel Holanda Noronha e de doutorado José Claudio Vieira e Silva Junior, sob orientação do Prof. Dr. Marcelo Fernandes, ganhou o primeiro lugar da etapa local da Intel Embedded Systems Competition 2016 realizada no Instituto Metrópole Digital (IMD), classificando-se para a etapa nacional da competição, realizada no VI Brazilian Symposium on Computing Systems Engineering (SBESC-2016) em João Pessoa. O grupo ficou em terceiro lugar dentre aproximadamente 60 projetos de todo o Brasil.

Parte essencial do projeto é a cooperação com o grupo do Centre for Telecommunications Research (CTR) do King’s College London, Reino Unido. O professor Marcelo Fernandes conta que tudo surgiu a partir da visita à universidade britânica. “O projeto surgiu em 2015 quando eu fui para a Inglaterra, para o King’s College London, trabalhar com o professor Mischa Dohle que é uma referência em pesquisas na área. Lá desenvolvemos o sistema e pouco antes de eu voltar para o Brasil o professor Mischa propôs um desafio para que tentássemos realizar a primeira conexão de internet tátil intercontinental entre Brasil e Inglaterra, consolidando nossa parceria com um aperto de mãos virtual”, lembra. Esse cumprimento simbólico está previsto para ocorrer em 2017 e demonstrará o êxito da parceria entre os dois grupos de pesquisa.

O professor também destaca a importância do Instituto Metrópole Digital no desenvolvimento da Haptic Glove Device. “Quando eu cheguei ao Brasil, propus o desafio para os alunos que prontamente toparam. Nesse meio tempo estava em andamento a competição Intel, então nós aproveitamos a oportunidade para inscrever o projeto na competição. Ganhamos a competição local e ficamos em terceiro lugar na competição nacional. A competição local foi no Instituto Metrópole Digital (IMD) e teve uma repercussão muito boa por conta da interação das pessoas com a luva”, acrescenta.

Sobre o desenvolvimento da luva, um dos participantes do projeto, Daniel Holanda Noronha, aluno de mestrado, explica como funciona o sistema. “Atualmente nós estamos trabalhando com 5 ativadores de vibração, um na ponta de cada dedo. Quando você interage com um objeto virtual não interage apenas visualmente, mas sentindo essa vibração na mão. Então, seu cérebro interpola isso e torna a experiência natural, não é como você utilizar um controle de vídeo game, por exemplo. Nós estamos com um protótipo inicial, mas as possibilidades são inúmeras. Podemos aumentar o número de ativadores e fazer com que uma pessoa sinta a diferença de peso de um lado para outro da mão. Também é possível modular esses sinais para que o usuário sinta texturas diferentes por meio da luva. O que estamos fazendo abre possibilidades para diversas áreas”, destaca.

O maior desafio da equipe é reduzir a latência entre o Brasil e a Inglaterra, otimizando a velocidade da conexão de internet para diminuir o delay que inviabiliza o aperto de mão em tempo real. Para isso, a conexão será realizada por meio de um link dedicado de fibra ótica entre Londres e Natal por meio do projeto de pesquisa pan-europeu Géant (Rede Gigabit), uma rede de alta capacidade que engloba mais de três mil instituições de ensino e pesquisa em 32 países, através de 28 redes nacionais e regionais de ensino e pesquisa. “O nosso objetivo é fazer com que todo hardware tome um menor tempo possível para que a comunicação se dê quase que na velocidade da luz”, afirma Daniel.

Entretanto, apenas ampliar a velocidade na conexão de dados não é suficiente para colocar o projeto em prática, como explica o professor. “O aluno José Cláudio, por exemplo, trabalha em pegar tudo que a gente fez e colocar em um hardware mais rápido para otimizar o tempo. O professor Mischa Dohle falou que quando realizarmos o aperto de mão iremos parafrasear o que Louis Armstrong disse ao pisar na Lua: ‘Um pequeno aperto de mão para duas pessoas, mas um grande aperto de mão para a humanidade’. O desafio é grande, mas vamos mostrar que isso é possível”, ressalta.

A equipe já estuda diversas aplicações para a luva de internet tátil, que vai desde jogos digitais, passando pela arquitetura e até pela a medicina. “Uma coisa interessante na competição nacional foi que percebemos que não construímos um projeto especifico e sim uma coisa que serve de base para muitas coisas. Durante as apresentações cada pessoa que tinha contato com a luva dava uma nova aplicação a ela”, completa Marcelo. A parceria entre a UFRN e a King’s College London, coloca a Universidade em destaque em nível mundial. Atualmente a equipe trabalha no prédio do Núcleo de Pesquisa e Inovação em Tecnologia da Informação (nPITI), do Metrópole Digital.

Fonte: Igor Duarte e Vinicius Castro, AGECOM, UFRN. Imagem: Divulgação.

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