Notícia
Cientistas descobrem como imprimir células testiculares em 3D
Os pesquisadores esperam que, no futuro, a técnica possa oferecer uma solução para pessoas que vivem com formas atualmente intratáveis de infertilidade masculina
Divulgação, Universidade da Colúmbia Britânica
Fonte
Universidade da Colúmbia Britânica
Data
segunda-feira, 28 março 2022 12:40
Áreas
Biotecnologia. Engenharia Biológica. Impressão 3D. Medicina.
Recentemente, cientistas da Universidade da Colúmbia Britânica (UBC), no Canadá, imprimiram células testiculares humanas em 3D e identificaram sinais iniciais promissores de capacidades de produção de esperma.
Os pesquisadores, liderados pelo Dr. Ryan Flannigan, professor de Urologia da UBC, esperam que, no futuro, a técnica possa oferecer uma solução para pessoas que vivem com formas atualmente intratáveis de infertilidade masculina. “A infertilidade afeta 15% dos casais e fatores masculinos são uma causa que contribui em pelo menos metade desses casos”, disse o Dr. Flannigan, cujo laboratório está instalado no Vancouver Prostate Center do Hospital Geral de Vancouver.
“Estamos imprimindo em 3D essas células em uma estrutura muito específica que imita a anatomia humana, que achamos ser nossa melhor chance de estimular a produção de esperma. Se bem-sucedidos, isso pode abrir a porta para novos tratamentos de fertilidade para casais que atualmente não têm outras opções”.
Dentro dos testículos humanos, o esperma é produzido por pequenos tubos conhecidos como túbulos seminíferos. Na forma mais grave de infertilidade masculina, conhecida como azoospermia não obstrutiva (NOA), nenhum espermatozoide é encontrado na ejaculação devido à diminuição da produção de espermatozoides dentro dessas estruturas.
Embora em alguns casos os médicos possam ajudar os pacientes com NOA realizando cirurgias para encontrar espermatozoides extremamente raros, o Dr. Flannigan disse que esse procedimento só é bem-sucedido na metade das vezes: “Infelizmente, para a outra metade desses indivíduos, eles não têm opções porque não conseguimos encontrar espermatozoides para eles”. Esses são os pacientes que a equipe do Dr. Flannigan espera ajudar.
Para o estudo recente, os pesquisadores realizaram uma biópsia para coletar células-tronco dos testículos de um paciente que vive com NOA. As células foram então cultivadas e impressas em 3D em uma placa de Petri em uma estrutura tubular oca que se assemelha aos túbulos seminíferos produtores de esperma.
Doze dias após a impressão, a equipe descobriu que as células haviam sobrevivido. Além disso, amadureceram em várias das células especializadas envolvidas na produção de esperma e mostraram uma melhora significativa na manutenção das células-tronco espermatogônicas – ambos os primeiros sinais da capacidade de produção de esperma. Os resultados do estudo foram publicados na revista científica Fertility and Sterility Science.
“É um grande marco, ver essas células sobreviverem e começarem a se diferenciar. Há um longo caminho pela frente, mas isso deixa nossa equipe muito esperançosa”, ressaltou o Dr. Flannigan.
A equipe agora está trabalhando para ‘treinar’ as células impressas na produção de esperma. Para fazer isso, eles expõem as células a diferentes nutrientes e fatores de crescimento e ajustam o arranjo estrutural para facilitar a interação célula a célula. Se eles conseguirem que as células produzam espermatozoides, esses espermatozoides poderiam ser usados para fertilizar um óvulo por fertilização in vitro, fornecendo uma nova opção de tratamento de fertilidade para casais.
Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).
Acesse a notícia completa na página da Universidade da Colúmbia Britânica (em inglês).
Fonte: Brett Goldhawk, Universidade da Colúmbia Britânica. Imagem: Dr. Ryan Flannigan e a pesquisadora Meghan Robinson com a bioimpressora. Fonte: Divulgação, Universidade da Colúmbia Britânica.
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