Notícia

Cientistas avaliam classe terapêutica de moléculas na restauração da integridade da barreira hematoencefálica

Pesquisadores começaram observando a sinalização WNT, uma via de comunicação usada pelas células para promover a regeneração de tecidos e a cicatrização de feridas

Emily Wyatt e Mark Davis, Instituto de Tecnologia da Califórnia, via National Cancer Institute/NIH Visuals Online

Fonte

Escola de Medicina da Universidade Stanford

Data

quinta-feira, 22 junho 2023 20:15

Áreas

Biologia. Biomedicina. Biotecnologia. Engenharia Biológica. Hematologia. Medicina. Neurociências. Neurologia. Psiquiatria. Saúde Pública.

A barreira hematoencefálica, uma camada de células entre os vasos sanguíneos e o resto do cérebro, dá segurança ao cérebro ao expulsar toxinas, patógenos e outros visitantes indesejáveis que possam querer sabotar a preciosa massa cinzenta.

Quando a segurança falha e um elemento externo consegue entrar, uma variedade de condições pode surgir. As células cancerígenas que invadem a barreira podem se transformar em tumores, e a esclerose múltipla pode ocorrer quando muitos glóbulos brancos deslizam pela barreira, levando a um ataque autoimune na camada protetora dos nervos cerebrais, dificultando sua comunicação com o resto do corpo.

“Uma barreira hematoencefálica com vazamento é um caminho comum para muitas doenças cerebrais, portanto, ser capaz de selar a barreira tem sido um objetivo muito procurado na Medicina”, disse o Dr. Calvin Kuo, professor de Hematologia da Escola de Medicina da Universidade Stanford, nos Estados Unidos..

Métodos de reparação da barreira hematoencefálica permanecem pouco estudados, de acordo com o professor Calvin Kuo. Mas um artigo recente que ele e seus colegas lideraram descreve um tratamento que pode ser fundamental para restaurar a função normal da barreira. O professor Calvin Kuo é o autor sênior do artigo, publicado na revista científica Nature Communications.

“Avaliamos uma nova classe terapêutica de moléculas que podem ser usadas para tratar uma barreira hematoencefálica com ‘vazamento’; anteriormente, não havia tratamentos direcionados especificamente para a barreira hematoencefálica”, destacou o pesquisador.

Os pesquisadores começaram sua busca observando a sinalização WNT, uma via de comunicação usada pelas células para promover a regeneração de tecidos e a cicatrização de feridas. A sinalização WNT ajuda a manter a barreira hematoencefálica, promovendo a comunicação célula a célula que reveste os vasos sanguíneos cerebrais.

“Há muitos dados históricos que indicam que a via de sinalização WNT seria importante para manter a barreira hematoencefálica. Então, surgiu a oportunidade de testar uma nova via de sinalização WNT que ativaria a sinalização na barreira hematoencefálica ligando-se muito seletivamente a um receptor chamado frizzled”, explicou o professor.

Os cientistas têm se concentrado no frizzled, um receptor de proteína que inicia a via WNT, para terapias da barreira hematoencefálica, uma vez que mutações em camundongos no gene frizzled causam anormalidades na barreira hematoencefálica.

A descoberta mostrou que, em camundongos, a barreira hematoencefálica pode ser restaurada por drogas que ativam os receptores FZD e a via de sinalização WNT.

Como vários distúrbios têm origem na disfunção da barreira hematoencefálica, o professor Calvin Kuo está entusiasmado com o potencial de tratamento para várias outras doenças neurológicas, como Alzheimer, esclerose múltipla e tumores cerebrais.

“Esperamos que este seja um primeiro passo para o desenvolvimento de uma nova geração de medicamentos que possam reparar a barreira hematoencefálica, usando uma estratégia e um alvo molecular muito diferentes dos medicamentos atuais”, concluiu o Dr. Calvin Kuo.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Escola de Medicina da Universidade Stanford (em inglês).

Fonte: Emily Moskal, Escola de Medicina da Universidade Stanford. Imagem: densa rede de vasos sanguíneos (em vermelho) e núcleos (em azul) obtidos a partir de tecido cerebral de camundongo. Fonte: Emily Wyatt e Mark Davis, Instituto de Tecnologia da Califórnia, via National Cancer Institute/NIH Visuals Online.

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